domingo, 1 de janeiro de 2017

01 de janeiro - Santa Mãe de Deus, Maria

Olhemos para Maria, contemplemos a Santa Mãe de Deus. Gostaria de vos propor que a saudássemos juntos, como fez o povo corajoso de Éfeso, que gritava à frente dos seus pastores quando entravam na Igreja: «Santa Mãe de Deus»! Que bela saudação para a nossa Mãe… Conta-se, mas não sei se a história é verdadeira, que alguns de entre aquelas pessoas tinham os bastões na mão, talvez para dar a entender aos bispos o que lhes aconteceria se não tivessem tido a coragem de proclamar Maria «Mãe de Deus». Sem bastão, convido a todos vós que vos levanteis e, de pé, Lhe dirijais por três vezes esta saudação da Igreja primitiva: «Santa Mãe de Deus»!
Papa Francisco 01 de janeiro de 2015

“Mãe de Deus! Este é o título principal e essencial de Nossa Senhora. Trata-se duma qualidade, duma função que a fé do povo cristão, na sua terna e genuína devoção à Mãe celeste, desde sempre Lhe reconheceu.

A Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus é a primeira Festa Mariana que apareceu na Igreja Ocidental, começou a ser celebrada em Roma no século VI, provavelmente junto com a dedicação no dia 1º de janeiro do templo Santa Maria Antiga no Foro Romano, uma das as primeiras igrejas marianas de Roma.

A antiguidade da celebração mariana pode ser constatada nas pinturas com o nome de Maria, Mãe de Deus (Theotókos) que foram encontradas nas Catacumbas ou antiquíssimos subterrâneos que estão cavados debaixo da cidade de Roma, onde se reuniam os primeiros cristãos para celebrar a Missa nos tempos das perseguições.

O Concílio de Éfeso:
No ano de 431, o herege Nestor atreveu-se a dizer que Maria não era Mãe de Deus, afirmando: Então Deus tem uma mãe? Pois então não condenemos a mitologia grega, que atribui uma mãe aos deuses. Frente a isso, 200 bispos do mundo se reuniram em Éfeso, a cidade onde a Santíssima Virgem passou seus últimos anos, e iluminados pelo Espírito Santo declararam:

“A Virgem Maria é Mãe de Deus porque seu Filho, Cristo, é Deus”.
E acompanhados por todo o gentio da cidade que os rodeava portando tochas acesas, fizeram uma grande procissão cantando: "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém. Amém".

Também São Cirilo de Alexandria ressaltou: “Dir-se-á: a Virgem é mãe da divindade? A isso respondemos: o Verbo vivente, subsistente, foi gerado pela
mesma substância de Deus Pai, existe desde toda a eternidade... Mas no tempo ele se fez carne, por isso pode-se dizer que nasceu de mulher”.

Mãe do Menino Deus “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”

É a partir desse fiat, faça-se que Santa Maria respondeu firme e amorosamente ao Plano de Deus; graças a sua entrega generosa Deus mesmo pôde se encarnar para nos trazer a Reconciliação, que nos livra das feridas do pecado.

A donzela de Nazaré, a cheia de graça, ao assumir em seu ventre o Menino Jesus, a Segunda Pessoa da Trindade, torna-se a Mãe de Deus, dando tudo de si para seu Filho; vemos pois que tudo nela aponta a seu Filho Jesus.

É por isso, que Maria é modelo para todo cristão que busca dia a dia alcançar sua santificação. Em nossa Mãe Santa Maria encontramos a guia segura que nos introduz na vida do Senhor Jesus, ajudando-nos a conformar-nos com Ele e poder dizer como o Apóstolo “vivo eu mas não eu, é Cristo que vive em mim”.

A comemoração de Maria, neste dia, soma-se ao Dia Universal da Paz. Ninguém mais poderia encarnar os ideais de paz, amor e solidariedade do que ela, que foi o terreno onde Deus fecundou seu amor pelos filhos e de cujo ventre nasceu aquele que personificou a união ente os homens e o amor ao próximo, o Cristo. Celebrar Maria é celebrar O nosso Salvador. Dia da Paz, dia da Mãe Santíssima. Nos tempos sofridos e sangrentos em que vivemos, um dia de reflexão e esperança.

No início dum novo ano, a Igreja faz-nos contemplar, como ícone de paz, a maternidade divina de Maria. A antiga promessa realiza-se na sua pessoa, que acreditou nas palavras do Anjo, concebeu o Filho, tornou-Se Mãe do Senhor. Através d’Ela, por meio do seu «sim», chegou a plenitude do tempo. O Evangelho, que escutamos, diz que a Virgem «conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração» (Lc  2, 19). Aparece-nos como vaso sempre cheio da memória de Jesus, Sede da Sabedoria, onde recorrer para termos a interpretação coerente do seu ensinamento. Hoje dá-nos a possibilidade de individuar o sentido dos acontecimentos que nos tocam pessoalmente a nós, às nossas famílias, aos nossos países e ao mundo inteiro. Aonde não pode chegar a razão dos filósofos, nem as negociações da política, consegue fazê-lo a força da fé que a graça do Evangelho de Cristo nos traz e que pode abrir sempre novos caminhos à razão e às negociações.
Feliz sois Vós, ó Maria, por terdes dado ao mundo o Filho de Deus; mas mais feliz ainda sois porque acreditastes n’Ele. Cheia de fé, concebestes Jesus, primeiro no coração e depois no seio, para Vos tornardes Mãe de todos os crentes (Santo Agostinho).
Mãe, lançai sobre nós a vossa bênção neste dia que Vos é consagrado; mostrai-nos o rosto do vosso Filho Jesus, que dá ao mundo inteiro misericórdia e paz. Amem.
Papa Francisco – 01 de janeiro de 2016


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