Venerado como Santo quer no
Oriente quer no Ocidente, em 1882 São Cirilo foi proclamado Doutor da Igreja
pelo Papa Leão XIII.
Sobrinho de Teófilo, que
desde 385 como Bispo administrou com mão firme e com prestígio a diocese de
Alexandria, Cirilo nasceu provavelmente na mesma metrópole egípcia entre 370 e
380, foi depressa iniciado na vida eclesiástica e recebeu uma boa educação,
tanto cultural como teológica. Quando o tio Teófilo faleceu, em 412 o jovem
Cirilo foi eleito Bispo da influente Igreja de Alexandria, que governou com
grande energia durante trinta e dois anos, visando sempre afirmar o seu primado
em todo o Oriente, fortalecido inclusive pelos tradicionais vínculos com Roma.
Dois ou três anos depois, em
417 ou em 418, o Bispo de Alexandria demonstrou-se realista ao recompor a
ruptura da comunhão com Constantinopla, que já estava em ato desde 406. Mas o
antigo contraste com a sede constantinopolitana voltou a inflamar-se cerca de
dez anos mais tarde, quando em 428 foi eleito Nestório, um autorizado e severo
monge. Com efeito, o novo Bispo de Constantinopla depressa suscitou oposições
porque na sua pregação preferia para Maria o título de "Mãe de
Cristo" (Christolókos), no lugar daquele já muito querido à devoção
popular de "Mãe de Deus" (Theotókos). Motivo desta escolha do Bispo
Nestório era a sua adesão à cristologia que, para salvaguardar a importância da
humanidade de Cristo, terminava por afirmar a sua divisão da divindade. E assim
já não era verdadeira a união entre Deus e o homem em Cristo e, naturalmente,
já não se podia falar de "Mãe de Deus".
A reação de Cirilo, que
aliás tencionava sublinhar fortemente a unidade da pessoa de Cristo foi quase
imediata, e desenfreou-se com todos os meios já a partir de 429, dirigindo-se
também com algumas cartas ao próprio Nestório. Na segunda missiva que Cirilo
lhe enviou em Fevereiro de 430, lemos uma clara afirmação do dever dos Pastores
de preservar a fé do Povo de Deus.
Este era o seu critério, de
resto válido também hoje: a fé do Povo de Deus é expressão da tradição, é
garantia da sã doutrina. Assim ele escreve a Nestório:
"É preciso expor ao
povo o ensinamento e a interpretação da fé do modo mais irrepreensível,
recordando que quem escandaliza um só dos pequeninos que crêem em Cristo há-de
padecer um castigo intolerável".
Na mesma carta a Nestório
carta que mais tarde, em 451, fora aprovada pelo Concílio de Calcedónia, o IV
ecumênico, Cirilo descreve com clareza
a sua fé cristológica:
"Afirmamos, assim, que
são diferentes as naturezas que se reuniram numa verdadeira unidade, mas de
ambas derivou um único Cristo e Filho, não por ter sido eliminada por causa da
unidade a diferença das naturezas, mas sobretudo porque a divindade e a
humanidade, reunidas em união indizível e inenarrável produziram para nós o
único Senhor, Cristo e Filho".
E isto é importante:
realmente a verdadeira humanidade e a autêntica divindade unem-se numa única
Pessoa, nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, continua o Bispo de Alexandria,
"professaremos um só
Cristo e Senhor, não no sentido que adoramos o homem juntamente com o Logos, para não insinuar a idéia da separação, ao dizer
"juntamente", mas no sentido que adoramos um só e o mesmo, porque não
é estranho ao Logos o seu corpo, com o qual está também sentado ao lado
do seu Pai, não como se sentassem ao seu lado dois filhos, mas um só, único à
própria carne".
E depressa o Bispo de
Alexandria, graças a alianças prudentes, obteve que Nestório fosse
reiteradamente condenado: por parte da sé romana, pelo Concílio realizado em Éfeso
no ano 431, o III ecumênico. A assembléia, concluiu-se com o triunfo da devoção
a Maria e com o exílio do Bispo constantinopolitano, que não queria reconhecer
à Virgem o título de "Mãe de Deus" por causa de uma cristologia
errônea, que trazia divisão ao próprio Cristo.
Resumindo Cirilo escreve:
Hoje é dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - Leia aqui http://coisasdesantos.blogspot.com.br/2015/05/nossa-senhora-do-perpetuo-socorro.html
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