terça-feira, 9 de junho de 2015

Santo Éfrem

Efrém nasceu no ano 306, bem no início do século IV, na cidade de Nisibi, atual Turquia. Cresceu em meio a graves conflitos de ordem religiosa, além das heresias que surgiam tentando abalar a unidade da Igreja. Mas todos eles só serviram de fermento para que sua fé em Cristo e sua ardente devoção à Virgem Maria vigorassem e se firmassem.

O pai de Efrém era sacerdote pagão, embora sua mãe, cristã, defendesse a liberdade religiosa educando o filho dentro dos preceitos da palavra de Cristo. Ele foi educado na infância entre a dualidade do paganismo do pai e do cristianismo da mãe, pois o Edito de Milão, autorizando a liberdade de culto, só entrou em vigor quando ele já tinha sete anos de idade. Mas o patriarca da família jamais aceitou a fé professada pelo filho. Como não o venceu nem com a força, nem com argumentos, expulsou-o de casa. Efrém foi batizado aos dezoito anos e viveu do seu próprio sustento, trabalhando num balneário local.
O padre Efrém teve, quando criança, um sonho ou uma visão: saía uma videira de sua boca e crescia e enchia toda terra; e estava completamente cheia de ramos; e vieram todos os pássaros do céu e comeram do fruto da videira. Mas, quanto mais comiam, mais se multiplicavam os frutos.

No ano 338, Nisibi foi invadida pelos persas. Efrém, então diácono, deslocou-se para a cidade de Edessa, também atual Turquia. Os poucos registros sobre sua vida contam-nos que era muito austero. Ele dirigiu e lecionou uma escola que pregava e defendia os princípios cristãos, escrevendo várias obras sobre o tema. Como não sabia grego, sua obra ficou isenta da influência dos teólogos seus contemporâneos, inclinados à controvérsia da Trindade. Efrém foi um ardente defensor da genuína doutrina cristã antiga.

Com veia poética, seus sermões atraiam multidões e sua escola era muito concorrida pelo conteúdo didático simples e exortativo, atingindo diretamente o povo mais humilde. Na sua época estava-se organizando o canto religioso alternado nas igrejas. Esse movimento foi iniciado pelos bispos Ambrósio de Milão e Diodoro da Antioquia. A colaboração do diácono Efrém de Nisibi foram poesias na língua nativa próprias para o canto coletivo, o que permitiu uma rápida divulgação.
A grandeza de Santo Efrém chegou ao seu ponto mais elevado nos cantos de louvor à Mãe de Deus. Faltava ainda muito tempo para o Concílio de Éfeso e já o pensamento de Efrém sobre ela havia adquirido um grande desenvolvimento e aprofundamento. Nela contempla e celebra a extraordinária beleza e vê refulgir nela, mediante uma co-participação extremamente contínua e privilegiada, a conformidade com Cristo: o Senhor e sua Mãe são os únicos seres perfeitamente belos neste mundo contaminado; na Senhora, resplandece uma semelhança com Deus única e excepcional. Estes pensamentos são expressados de maneira repetida por Efrém, sobretudo nos Hinos para a Natividade.

Por sua linguagem poética recebeu o apelido carinhoso de "Harpa do Espírito Santo". Somente a Nossa Senhora dedicou mais de vinte poemas, transformados em hinos. Suas poesias eram tão populares e empolgantes que da Síria espalharam-se e chegaram até o Oriente mediterrâneo, graças a uma cuidadosa e fiel tradução em grego.

Um dia, enquanto Efrém passeava pelo caminho, surgiu uma meretriz de emboscada para seduzi-lo ou, ao menos, para provocá-lo, posto que ninguém o havia visto jamais preso pela ira. Ele a disse: "segue-me". Quando chegaram a um lugar muito movimentado, disse-lhe: "faz o que queres aqui, neste lugar". Mas ela, vendo a multidão disse: "como podemos fazer diante desta grande multidão sem sentir vergonha?" E ele respondeu: "se nos envergonhamos diante das pessoas, tanto mais deveríamos nos envergonhar diante de Deus que escuta no segredo das trevas. E ela, cheia de vergonha, afastou-se sem ter realizado o que pretendia.

Efrém morreu no dia 9 de junho de 373, em Edessa, sem ter sido ordenado sacerdote. Desde então, é venerado neste dia por sua santidade, tanto pelos católicos do Oriente como do Ocidente. O papa Bento XV declarou-o doutor da Igreja em 1920.

Hoje, no Iraque a Igreja chora mais uma violência: o grupo terrorista El, anunciou a iminente abertura da "mesquita dos mujaheddin", que ocupará o lugar da antiga igreja de Santo Efrém, na cidade de Mossul. http://www.zenit.org/pt/articles/iraque-a-igreja-de-santo-efrem-e-transformada-em-mesquita



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