No ano de 1098 São Roberto
fundara, num vale chamado Cister, um ramo reformado da famosa abadia de Cluny,
já então em decadência. A severidade de sua regra foi afastando os candidatos,
enquanto seus monges antigos iam morrendo. Santo Estevão Harding, sucessor de
São Roberto, pensava em fechar definitivamente as portas da abadia, quando um
dia trinta nobres cavaleiros apareceram, pedindo para entrar na Ordem.
Eram Bernardo com irmãos, um
tio e amigos, que ele tinha convencido a acompanhá-lo. Mais tarde seriam
seguidos pelo irmão mais novo e o próprio pai, enquanto a única irmã também se
dedicaria a Deus, morrendo em odor de santidade.
Era tão intenso o dom de
persuasão que possuía esse homem cheio do amor de Deus, que, ao pregar, as
mulheres seguravam os maridos e as mães escondiam os filhos, por medo de que o
seguissem.
O modo como Bernardo atraía
vocações para Claraval era milagroso. Por exemplo, todo um grupo de nobres, que
por curiosidade quiseram um dia conhecê-lo. Atuava como se fosse um poderoso
ímã para atrair almas a Deus.
A atração mais estrondosa
foi a de Henrique de França, irmão do Rei Luís VII. Esse príncipe foi a
Claraval tratar de um importante assunto com São Bernardo. Quando ia sair,
pediu para ver todos os monges, a fim de se recomendar às suas orações.
Bernardo disse-lhe que logo experimentaria a eficácia dessas orações. No mesmo
dia Henrique sentiu-se tão tocado pela graça que, esquecendo-se de que era
então o sucessor da coroa, quis ficar em Claraval. Mais tarde foi Bispo de
Beauvais, e depois Arcebispo de Reims.
Com isso Claraval cresceu
tanto, que habitualmente seu número era de 600 a 700 monges.
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