Por alguns ele é chamado de
Santo Antônio de Lisboa, cidade onde nasceu. Outros preferem chamá-lo de Santo
Antônio de Pádua, lembrando a cidade onde exerceu suas funções e nas cercanias
da qual morreu. Cada um desejando a glória de que o Santo tenha sido de sua
cidade.
Quem acabou resolvendo essa
"disputa" foi o Papa Leão XIII que chamou Antônio de "o santo do
mundo todo". E Leão XIII tinha razão: a devoção a Santo Antônio é
universal. Ele é verdadeiramente Santo Antônio de todo o mundo...
Embora tendo uma vida
terrena curta ---morreu aos 36 anos--- tornou-se um dos santos mais populares
do mundo.
Protetor dos pobres, o
auxílio na busca de objetos ou pessoas perdidas, o amigo nas causas do coração.
Assim é Santo Antônio de Pádua, frei franciscano português, que trocou o
conforto de uma abastada família burguesa pela vida religiosa.
Nasceu em Lisboa, em 15 de agosto de 1195, e recebeu
no batismo o nome de Fernando. Ele era o único herdeiro de Martinho, nobre
pertencente ao clã dos Bulhões y Taveira de Azevedo. Sua infância foi tranquila, sem maiores emoções, até que resolveu optar pelo hábito. A escolha
recaiu sobre a ordem de Santo Agostinho.
Os primeiros oito anos de vida do jovem frei, passados nas cidades de Lisboa e Coimbra, foram dedicados ao estudo. Nesse período, nada escapou a seus olhos:
Os primeiros oito anos de vida do jovem frei, passados nas cidades de Lisboa e Coimbra, foram dedicados ao estudo. Nesse período, nada escapou a seus olhos:
desde os tratados teológicos
e científicos às Sagradas Escrituras. Sua cultura geral e religiosa era tamanha
que alguns dos colegas não hesitavam em chamá-lo de "Arca do
Testamento".
A experiência costumava ser trágica. E daquela vez não foi diferente. Como a maioria dos antecessores, nenhum dos religiosos retornou com vida. Depois de testemunhar a coragem dos jovens frades, Fernando decidiu entrar para a Ordem Franciscana e adotar o nome de Antônio, numa homenagem à Santo Antão. Disposto a se tornar um mártir, ele partiu para o Marrocos, mas logo após aportar no continente africano, Antônio contraiu uma febre, ficou tão doente que foi obrigado à voltar para a casa. Mais uma vez, os céus lhe reservavam novas surpresas. Uma forte tempestade obrigou seu barco a aportar na Sicília, no sul da Itália. Aos poucos, recuperou a saúde e concebeu um novo plano: decidiu participar da assembleia geral da ordem em Assis, em 1221, e deste modo conheceu São Francisco pessoalmente.
É difícil imaginar a emoção de Santo Antônio ao encontrar seu mestre e
inspirador, um homem que falava com os bichos e recebeu as chagas do próprio
Cristo. Infelizmente, não há registros deste momento tão particular da história
do Cristianismo. Sabe-se apenas que os dois santos se aproximaram mais tarde,
quando o frei português começou a realizar as primeiras pregações. E que
pregações! Santo Antônio era um orador inspirado. Suas pregações eram tão
disputadas que chegavam a alterar a rotina das cidades, provocando o fechamento
adiantado dos estabelecimento comerciais.
De
pregação em pregação, de povoado em povoado, o santo chegou a Pádua. Lá,
converteu um grande número de pessoas com seus atos e suas palavras. Foi para
esta cidade que ele pediu que o levassem quando seu estado de saúde piorou, em
junho de 1231. Santo Antônio, porém, não resistiu ao esforço e morreu no dia
13, no convento de Santa Maria de Arcella, às portas da cidade que batizou de
"casa espiritual". Tinha apenas 36 anos de idade.
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