sábado, 22 de abril de 2017

22 de abril - São Sotero - Papa

São Sotero (ou Sótero) nasceu em Fondi,  no reino de Nápoles. Seu pai era natural da Grécia e, isto explica sua  preocupação em relação aos problemas e necessidades da Igreja grega, durante seu pontificado. Sua personalidade caritativa e amável, no entanto, não deixou de lado o rebanho como um todo, que nutria grande carinho e obediência às suas determinações.  

Sua origem cristã é que acabou determinando sua eleição na sucessão do trono pontifício em 166. Nasceu e cresceu  dentro de uma esmerada educação católica, de forma que tornou-se pessoa de fé e muito respeitado na Igreja de Cristo.  Assim reconhecido,  foi escolhido  para assumir o governo da Igreja por unanimidade.
                                                
Marco Aurélio empreendia cruel perseguição aos cristãos. Com muita maldade,  investiu implacavelmente contra eles, dos quais muitos foram lançados aos leões no anfiteatro, outros despedaçados e torturados, outros enterrados vivos.  

Sendo os seguidores de Cristo,  causa de espetáculos promovidos pelo cruel imperador,   São Sotero, como testemunha ocular das constantes perseguições, empreendeu todas as suas forças no sentido de consolar e atender aos fiéis através de diversas instruções,  contidas em suas cartas apostólicas.  Nelas, os exortava e animava  na  perseverarem  na fé,  sempre unidos e obedientes aos ministros da Igreja, para que juntos pudessem sofrer com paciência e resignação todos as investidas e consequentes tormentos que surgiam de todos os lados. Pessoalmente empenhou-se em  visitar lugares subterrâneos e cavernas usadas como refúgio pelos cristãos, levando sua palavra de alento e confiança  aos fiéis perseguidos pela causa de Cristo.    
                                                
Com muita determinação e  coragem opôs-se publicamente à heresia de Montano,   levantada quatro anos antes do término de seu pontificado. Montano propunha um exagerado rigor de costumes. Era uma doutrina de medo e de pessimismo, porque o fim do mundo sempre poderia acontecer a qualquer momento. Supondo isso, todos os cristãos deveriam viver numa santidade irreal, renunciando ao matrimônio e buscando o sofrimento da penitência constante, porque, segundo ele, a Igreja não tinha faculdades para perdoar os pecados. Essa doutrina, que também era defendida por Tertuliano e, principalmente, Novaciano, foi condenada pela Igreja na época do papa Sotero.  Foi época em que lavrou  escritos de sabedoria tão inspirada, que  depois de muitos anos,  foi usada pela Igreja para combater com veemência o surgimento de  diversas outras heresias. 
                                                
Durante o seu pontificado, a Igreja ampliou-se bastante. Ele mesmo ordenou inúmeros diáconos, sacerdotes e bispos; e seu pontificado foi exemplar. Disciplinou, por meio das leis canônicas, a participação das mulheres na Igreja, que até então não tinham seu caminho muito bem definido.
Foi ele  também o primeiro Papa a prescrever, canonicamente,  o caráter sacramental da união, apesar de estar já estabelecida desde  os primórdios da Igreja.

Outra característica do papa Sotero foi sua ardente caridade para com os necessitados. Ele desejava que se vivesse como os primeiros cristãos, citados nos textos dos apóstolos, onde "tudo era comum entre eles" e onde "todos eram um só coração e uma só alma..." Papa Sotero pedia esmolas para as dioceses mais ricas, para que fossem distribuídas entre as mais pobres e esforçava-se "por tratar a todos com palavras e obras, como um pai trata os seus filhos".
                                                
À medida  que  iam sendo trucidadas  as ovelhas  pela ira mortal contra os cristãos,  percebeu o Sumo Pontífice que  o cerco se fechava  cada vez mais e que inevitavelmente tombaria em breve também o pastor. E assim foi.  Pela  sua  carreira  de santidade e  pureza, firmeza  e  empenho resoluto,   recebeu a coroa dos mártires no dia 22 de abril de 175, sendo porém, ignorado o gênero de martírio.  

Foi  enterrado em Roma, onde seu corpo descansou até o século IX, durante o pontificado do Papa Sérgio II, que determinou que suas relíquias  fossem trasladadas  para o cemitério de Calixto,  anexo à Igreja de Equício,  junto aos restos mortais de São Silvestre e São Martinho.  Parte de suas relíquias  foram enviadas  para a  Igreja de Toledo e outras para Munique, onde são profundamente veneradas e festejadas por ocasião da sua festa.


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