A Beata Regina Protmann, Fundadora da Congregação das Irmãs de Santa
Catarina, proveniente de Braniewo, dedicou-se com todo o seu coração à obra de
renovação da Igreja entre os séculos XVI e XVII. A sua atividade, que brotava
do amor a Cristo acima de tudo, desenvolveu-se depois do Concílio de Trento.
Ela inseriu-se ativamente na reforma pós-conciliar da Igreja, realizando com
grande generosidade uma humilde obra de misericórdia.
Fundou uma Congregação
que unia a contemplação dos mistérios de Deus ao cuidado dos enfermos nas suas
casas e com a educação das crianças e da juventude feminina. Dedicou uma
atenção particular à pastoral das mulheres. Com abnegação, a Beata Regina
abraçava com o olhar clarividente as necessidades do povo e da Igreja. As
palavras: «Como Deus quiser» tornaram-se o mote da sua vida. O amor ardente
levava-a a cumprir a vontade do Pai celeste, a exemplo do Filho de Deus. Ela
não temia aceitar a cruz do serviço
quotidiano, dando testemunho de Cristo ressuscitado.
Papa
João Paulo II – Homilia de beatificação – 13 de junho de 1999
Regina era filha
de Peter Protmann e Regina Tingels, ambos descendentes de famílias ricas e
católicas. Nasceu em 1552, na Polônia. Seu primeiro biógrafo, o jesuíta
Engelbert Keilert, descreveu-a como elegante, forte, hábil; sabia ler e escrever.
Seu tio era um dos membros do governo.
No século em
que Regina viveu a Europa passava por intensas e tumultuadas mudanças: os
movimentos da Reforma Protestante e da Contrarreforma da Igreja Católica. Foi o
grande cisma que incluiu luta armada e dividiu a Cristandade entre católicos e
protestantes.
Os pais
proporcionaram uma boa educação intelectual, moral e religiosa à jovem. Era
hábito da família se reunir à noite junto da lareira, onde o pai narrava a
história dos povos, a vida dos Santos e ensinava religião aos filhos.
Regina
era uma filha amorosa e obediente. Da vida dos Santos narrada por seu pai, era
a de Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir dos primeiros tempos, a que
Regina mais gostava, talvez porque esta Santa fosse padroeira de sua cidade e
por ter sido batizada na Igreja dedicada a ela. Assim, no seu íntimo, havia
decidido imitar a Santa em sua total adesão a Jesus.
Regina
cresceu bonita, vaidosa e inteligente, apreciando as roupas elegantes, as
diversões e festas, como todas as jovens de sua condição social. Graças à sua
liderança, se sobressaia às demais amigas.
O forte
chamado ocorreu aos 19 anos de idade. Regina deixou o conforto da casa paterna,
renunciou a um vantajoso casamento e com duas companheiras foi morar numa casa
quase em ruínas, à Rua da Matriz, para viver na oração, na penitência, na
pobreza, e servir a Deus no próximo: os doentes, os pobres e as meninas
abandonadas, carentes de instrução.
Isto
atraiu muitas jovens desejosas de seguir a vida religiosa como ela. Regina
criou escolas e com suas companheiras começou a tratar dos doentes em seus
domicílios e em hospitais.
Após 12
anos de vida em comum, auxiliada pelos Padres Jesuítas, Regina elaborou uma
Regra de vida para uma família religiosa contemplativa e ativa, algo inédito
para aquele tempo, colocada sob a proteção de Santa Catarina de Alexandria,
Virgem e Mártir, a qual foi aprovada pelo Bispo Martinho Kromer, em 18 de março
de 1583.
Uns vinte
anos mais tarde, de acordo com as necessidades e as orientações do Concílio de
Trento, a primeira Regra foi reformulada e recebeu aprovação pontifícia em 12
de março de 1602, e sua obra passou a chamar-se Congregação de Santa Catarina. A
fundadora foi eleita Superiora.
Além do
Convento de Braniewo, Madre Regina fundou mais conventos em localidades
vizinhas: Orneta, em 1586; Lidzbark, em 1587 e Reszel, em 1593.
Depois de 30 anos trabalhando pela expansão de sua
obra, Madre Regina retornou doente ao seu primeiro convento de Braunsberg, após
uma viagem realizada no inverno. Uma longa e sofrida doença causou seu
falecimento no dia 18 de janeiro de 1613.
Somente três
séculos após sua morte, em 1957, foi iniciado o processo para a sua
beatificação. Foi beatificada durante a visita de João Paulo II à Polônia em
1999, na cidade de Varsóvia.
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