Paraíso é uma das
últimas palavras pronunciadas por Jesus na cruz, dirigidas ao bom ladrão.
Diante de sua morte iminente, faz um pedido humilde a Jesus: «Jesus,
lembra-te de mim quando entrares no teu reino».
Essas palavras eram
o reconhecimento humilde de alguém que sabia não ter feito nada de bom, mas se
confia à misericórdia de Jesus. Ele se compadece e promete que, naquele mesmo
dia, o ladrão arrependido estaria com Ele no Paraíso:
É lá, no Calvário, que Jesus tem
o último encontro com um pecador, para escancarar também a ele as portas de seu
Reino. É a única vez que a palavra “paraíso” aparece nos Evangelhos. Jesus o
promete a um “pobre diabo” que no lenho da cruz teve a coragem de dirigir a ele
o mais humilde dos pedidos: «Lembra-te de mim quando entrares no teu reino».
Deus sempre tem
compaixão dos seus filhos e, mesmo que não tenhamos nada de bom para apresentar
diante d’Ele, devemos sempre nos confiar à sua misericórdia.
O bom ladrão, nos recorda
nossa verdadeira condição diante de Deus: que somos seus filhos e que ele vem a
nosso encontro, tendo compaixão de nós, que Ele está desarmado cada vez que
manifestamos a ele a nostalgia de seu amor:
Nos quartos de tantos hospitais e
nas celas das prisões, este milagre se repete inúmeras vezes: não existe
pessoa, por pior que tenha sido em sua vida, a quem reste somente desespero e
seja proibida a graça. Diante de Deus, nos apresentamos todos de mãos vazias.
E cada vez que um
homem, fazendo o último exame de consciência da sua vida, descobre que as
faltas superam em muito as obras de bem, não deve desencorajar-se, mas
confiar-se à misericórdia de Deus. Isto nos dá esperança, abre o nosso coração.
Deus é Pai, e até o
fim espera o nosso retorno. E ao filho pródigo que retornou, que começa a
confessar as suas culpas, o Pai fecha a boca com um abraço.
O Paraíso não é um
lugar de fábula, e tampouco um jardim encantado. O paraíso é o abraço com Deus, Amor infinito.
Por isso, certos de que, mesmo que nos sintamos sozinhos, Jesus está ao nosso lado, não devemos temer a morte, mas sim desejar o encontro final com Deus, onde o veremos “cara-a-cara”, vivendo o amor perfeito:
Se acreditamos nisto, a morte deixa de nos amedrontar, e podemos também
esperar partir deste mundo em maneira serena, com tanta confiança. Quem
conheceu Jesus, não tema mais nada.
Papa Francisco - 25 de outubro de 2017
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