Lucas
é um homem que se entusiasmou pela pessoa e pelo projeto de Jesus. Ele é um
cristão que acredita muito no valor das comunidades. Mas ele não conheceu Jesus
pessoalmente. Nem pertencia ao povo judeu. Seu contato com Jesus foi através de
missionários e missionárias.
Nos
seus escritos, percebe-se que Lucas é uma pessoa muito culta e sensível.
Conhece bem as Escrituras e é bom escritor. De acordo com uma antiga tradição ele
é médico e companheiro de Paulo em algumas viagens missionárias.
Ele
dedica sua obra a Teófilo, que pode ser um padrinho, uma pessoa amiga que apoia
financeiramente o seu trabalho. É costume, na época, dedicar a alguém um livro
que se escreve. Mas o nome Teófilo pode ser apenas fictício. Ele significa “amigo
de Deus”. Quem é este “amigo de Deus” para Lucas?
Lucas
escreve em outro lugar, não em Roma como Marcos. Ninguém sabe com certeza onde
ele escreve o Evangelho, porque não há informações totalmente seguras a
respeito. Mas é certo que é fora da Palestina. A realidade é outra, o povo não
é o mesmo, os costumes são outros. As comunidades às quais Lucas escreve são
localizadas no mundo do império romano, talvez na região da atuial Grécia ou
Turquia, são compostas por pessoas de origem não judaica, pelo menos a maioria.
A época
da composição do Evangelho de Lucas é dos anos 80. Talvez pelos anos 85. Após o
Evangelho, Lucas escreve também os Atos dos Apóstolos. Os dois livros formam
uma obra em dois volumes.
(Hoje
a Salvação Entra nesta Casa – CNBB)
Segundo
a Tradição da Igreja, São Lucas, evangelista e patrono dos pintores e médicos, é o autor do terceiro livro dos evangelhos que
tem o seu nome e do Atos dos Apóstolos.
São Lucas é tido como sendo um grego da atual
Turquia, que era medico conforme uma passagem em Colossenses (4,14) na qual São
Paulo descreve Lucas como “amado médico”.
Um convertido na nova fé, ele
acompanhou São Paulo na sua segunda jornada missionária em torno dos anos 51 e
permaneceu 6 anos em Filipos, na Grécia e foi na terceira jornada com Paulo,
que incluiu o famoso naufrágio as costas de Malta. Ele permaneceu com Paulo
durante sua prisão. Paulo escreveu três vezes sobre Lucas no Novo Testamento:
em Colossenses, em Timóteo e em Filemon. É possível deduzir a presença de Lucas
com Paulo nas jornada missionárias pelas varias passagens no Atos dos Apóstolos.
Em 66, Lucas voltou para a Grécia onde se acredita que veio a falecer com a
idade de 84 anos “repleto do Espírito Santo”.
Vários
“Atos” relatam que foi martirizado, embora muitos acreditem que isto seriam
lendas não confiáveis. Ele é tido como tendo visitado a Virgem Maria e se
acredita que ele teria pintado vários quadros da Virgem Maria em especial o
lindo quadro conhecido como o de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Seu trabalho
estaria preservado em Roma na “Basílica de Santa Maria Magiore”, embora as
datas das pinturas sejam bem depois dos tempos apostólicos. O seu evangelho
definidamente foi escrito para os gentios.
Um dos aspectos mais interessantes de Lucas é
que frequentemente fazia a justaposição de um história de um homem com a de uma
mulher. Por exemplo, a cura de um endemoniado (Lc 4,31-37) e seguida da cura da
sogra de Pedro (4,39-39) , o escravo do centurião é curado(7,1-11) e o filho da
viúva de Naim é curado, o geraseno endemoniado é curado (8,26-39) seguido pela
cura da filha de Jairo e da mulher com hemorragia (8,40-56).
Lucas também menciona as mulheres que
assistiam Jesus no seu ministério (8,1-3) Assim diferente de todos os outros
evangelistas São Lucas descreve um Jesus que se preocupa com o cuidado e a
salvação das mulheres. Talvez por isso, provavelmente Lucas teria aprendido
muito a respeito de Jesus com a Virgem Maria. Somente ele e Mateus descrevem
elementos obscuros ou escondidos da vida privada de Jesus, antes de Seu ministério
público.
Lucas enfatiza a misericórdia e o amor de
Deus para com a humanidade. Ele é o único que descreve a parábola da ovelha perdida,
do Bom Samaritano, do filho pródigo, do Rico e Lázaro. Ele é também o único que
descreve o perdão de Jesus a Maria Madalena (Lc 7,47), a promessa ao bom ladrão
e sua oração para seus executores. Ele é também o único evangelista a registrar
a “Ave Maria”, o “Magnificat”, o “Benedictus”, e o “Nunc Dimittis” que são
todos usados na Liturgia das Horas. Lucas enfatiza o chamado para a oração, a
pobreza, a pureza de coração, o quais teriam um apelo especifico aos gentios.
Lucas também escreveu os “Atos dos Apóstolos”
que é também conhecido com “Atos do Espírito Santo”. É uma continuação do que
conta em seu evangelho, embora os Atos talvez tenham sido escritos primeiro. De
acordo com os escritos de Santo Euzébio e São Jerônimo, os Atos foram escritos
durante a prisão de São Paulo, embora Santo Irineu já pense que foram escritos
após a morte de São Paulo, lá pelos anos 66. Euzébio diz que o evangelho foi
escrito antes da morte de Paulo, Jerônimo diz que foi depois e a tradição
antiga diz que foi escrito pouco antes da morte de Lucas, quase no século
segundo.
O evangelho teria sido escritos entre 70 e 85
DC, possivelmente na Grécia .Os atos do apóstolos detalham a igreja nos tempos
de 35 a 63, demonstrando um estilo de prosa soberbo, e um estilo de quem
presenciou a fé.
Certas passagens dos Atos escrito na primeira
pessoa do plural, são usualmente usadas para indicar que o escritor estava com
São Paulo em parte da sua segunda jornada missionária e sem dúvida na viagem
que ambos fizeram a Itália e estavam juntos quando o navio naufragou ao largo
da costa de Malta. São Paulo diz nas suas cartas quando preso: “Lucas é a minha
única companhia”.
Durante o martírio de Paulo, Lucas nunca saiu
do seu lado e sem dúvida conversava
muito com a mãe de Jesus e com São João.
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