Agostiniano inglês,
João Stone foi martirizado em Canterbury em 1539. O motivo da
execução foi sua corajosa e total repulsa em reconhecer o rei Henrique VIII
como chefe supremo da Igreja da Inglaterra.
Ele foi enforcado e, a seguir, segundo costume
desumano da época, esquartejaram seu corpo e os restos de João Stone foram
cozidos em uma caldeira.
Quase nada se sabe
dos primeiros anos de vida de João Stone ou mesmo de suas atividades como frei
agostiniano.
O Parlamento na
Inglaterra, no dia 3 de novembro de 1534, aprovou uma lei conhecida como Ato
de Supremacia.
Na prática, ela
proclamou que o rei Henrique VIII passaria a ser o chefe supremo da Igreja na
Inglaterra. Resultou daí o cisma entre a Igreja Anglicana e a Católica.
Aos fiéis católicos,
padres e religiosos - o que inclui os freis Agostinianos - não restou outra
alternativa do que escolher uma das três possibilidades:
- · jurar fidelidade ao rei e abandonar a vida sacerdotal e religiosa;
- · refugiar-se no estrangeiro;
- · afrontar o cárcere com grande probabilidade de morte.
Quatro anos se
passaram desde a proclamação do rei da Inglaterra como chefe supremo da Igreja
quando um oficial chegou a Canterbury para fechar todos os mosteiros e para
obter o consentimento por escrito de cada frei no tocante à obediência ao Ato
de Supremacia.
O oficial primeiro
foi a outros mosteiros de diversas outras Ordens. Então chegou a vez do
mosteiro dos freis Agostinianos da comunidade onde João Stone era membro.
Todos os outros
membros freis agostinianos assinaram o documento, menos João, que recusou.
O padre e frei
Agostiniano João Stone tomou a decisão mais coerente com sua fé, no dia 14 de
dezembro de 1538, quando o oficial do rei apresentou a exigência. João Stone
recusou-se a aceitar o rei Henrique VIII como cabeça da Igreja.
Ele afirmou que o
rei
"não podia ser a cabeça da Igreja na Inglaterra já que quem devia ser o chefe
da Igreja era um Pai espiritual nomeado por Deus,"
isto é, o Papa.
João foi preso e
jogado na cela na Torre de Londres. Ele permaneceu firme em sua recusa em
aceitar o Rei como cabeça da Igreja. Enquanto na prisão, ele passou muitas
horas em oração.
Um dia, Deus falou
com ele, encorajando-o a ter um bom coração e permanecer firme em sua crença,
mesmo que isso significasse a morte. Desde então, João sentiu uma fortaleza
maior em suas convicções e fé.
João foi julgado e
condenado por traição em 1539. Logo depois do Natal daquele ano - em 27 de
dezembro -, uma procissão lenta e lúgubre passou pelas ruas de Canterbury. O
prisioneiro João estava sendo levado pela cidade até uma colina para lá ser
enforcado.
Depois de morrer
por enforcamento, segundo o costume desumano da época, ele foi abaixado da
forca, despedaçado e seus restos cozidos em uma caldeira.
No livro de
contabilidade de Canterbury aparece a lista das despesas que ficou por conta do
caixa comum: a madeira utilizada na construção do patíbulo e a aquisição da
corda para o enforcamento.
São João Stone foi
beatificado pelo Papa Leão XIII em 1886 e canonizado pelo Papa Paulo VI em
1970.
Na beatificação de
São João Stone, outros 39 Ingleses mártires - sacerdotes, religiosos e leigos -
homens e mulheres - que se sacrificaram pela verdade e unidade da Igreja
naquela época foram beatificados.
Oração
Ó Deus, que concedestes ao
nosso irmão São João Stone a fortaleza para testemunhar com o martírio sua vida
consagrada, dai-nos, por sua intercessão, ser com nossa vida de fé testemunhas
vossas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém.
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