“Estevão Sándor era um salesiano leigo, exemplar no
serviço aos jovens, no oratório e na educação profissional. Quando o regime
comunista fechou todas as obras católicas, - disse o Papa - ele enfrentou a
perseguição com coragem, e foi morto aos 39 anos. Vamos nos unir à ação de
graças da Família Salesiana e da Igreja húngara.”
Papa
Francisco – Angelus 20 de outubro de 2013
Estevão Sándor
nasceu em Szolnok, Hungria, no dia 26 de novembro de 1914, filho de Estevão e
Maria Fekete, primeiro de três irmãos. O pai era funcionário nas Ferrovias do
Estado. A mãe era dona-de-casa. Ambos passaram aos filhos uma religiosidade
profunda. Estevão estudou em sua cidade, obtendo o diploma de técnico
metalúrgico. Desde menino era muito estimado pelos colegas: era de fato alegre,
sério, cortês. Gostava de estar com os amigos da vizinhança: era para eles um
líder como o foi João Bosco entre os jovens de Chieri. Ajudava os irmãozinhos a
estudar e a rezar, sendo ele o primeiro a dar exemplo. Recebeu com fervor a
Crisma, empenhando-se por imitar o seu Santo Patrono, Estevão, e São Pedro.
Ajudava todos os
dias na Santa Missa com os Padres Franciscanos, recebendo a Eucaristia diária. Lendo
o ‘Boletim Salesiano’, conheceu Dom Bosco: sintonizou com ele e sentiu-se
atraído pelo carisma salesiano. Tratou disso com seu diretor espiritual,
manifestando-lhe o desejo de fazer-se salesiano. Falou disso também com os pais,
que lhe negaram a licença e tentaram por todos os modos dissuadi-lo desse
intento. Mas Estevão persistiu. E chegou a convencê-los: em 1936 foi aceito na
Casa salesiana chamada ‘Clarisseum’, onde fez dois anos de aspirantado.
Frequentou, na Gráfica Dom Bosco, os cursos de técnico-impressor. Iniciou o
noviciado, que teve de interromper porque foi chamado às armas.
Em 1939 foi
dispensado definitivamente do serviço militar e, terminado o ano de noviciado,
fez a 1ª Profissão religiosa em 8 de setembro de 1940, como Salesiano Irmão.
Destinado pela obediência ao ‘Clarisseum’, dedicou-se ativamente a ensinar nos
cursos profissionais. Teve também o encargo de assistir no Oratório, o que fez
com entusiasmo e competência. Promoveu a JOC – Juventude Operária Católica. O
seu grupo foi reconhecido como o melhor do Movimento. Seguindo o exemplo de Dom
Bosco, mostrou-se um educador modelo. Em 1942 foi chamado ao ‘front’, ganhando
a Medalha de Prata ao valor militar. A trincheira foi para ele um oratório
festivo, que animava salesianamente, alentando os seus colegas de leva.
Finda a Segunda
Guerra mundial empenhou-se pela reconstrução material e moral da sociedade,
dedicando-se especialmente aos jovens mais pobres, que reunia para ensinar-lhes
um ofício. No dia 24 de julho de 1946 fez a Profissão Perpétua como Salesiano
Irmão. Em 1948 obteve o título de Mestre de Impressão. No fim dos estudos os
alunos de Estevão eram assumidos pelas melhores gráficas da Capital e do
Estado.
O regime comunista
iniciou as perseguições contra as escolas católicas, que tiveram de fechar. Estevão
foi colhido pelo decreto enquanto imprimia na Gráfica: teve de fugir e esconder-se
nas casas salesianas, trabalhando sob falso nome numa tipografia pública.
Em julho de 1952
foi preso no mesmo local de trabalho e nunca mais foi visto pelos Coirmãos
Salesianos.
A causa de martírio
iniciou em Budapeste, Hungria, no dia 24 de maio de 2006, e o Decreto em 27 de
março de 2013.
“Se a perseguição religiosa cria um abismo entre os seres
humanos, os mártires com o seu sacrifício constroem pontes de fraternidade, de
perdão, de acolhida, (…) Ele relembra que a existência consagrada é um
autêntico martírio branco, consumado dia após dia, na fidelidade ao Evangelho e
ao carisma. Um gesto heroico não se improvisa”
Cardeal
Amato – Homilia de beatificação 19 de outubro de 2013
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