Maria Teresa Scherer
combateu o bom combate. Com sua vida e seu trabalho que nos lembra a posição fundamental do mistério da cruz,
pelo qual Deus revela o Seu amor e dá a salvação para o mundo. Através da fé,
esperança e amor do homem participa com toda a sua vida no mistério da cruz do
Salvador e é, portanto, parte do mistério da Ressurreição. A cruz tem amplitude
até mesmo cósmica; eleva o universo inteiro para Cristo, o Senhor da história.
Desde a infância
Maria Teresa mostrou uma disposição interior para o perdão, disposição esta,
que a levou, por vezes, a sofrer nas decisões, a fim de responder ao chamado
que o Senhor nos envia através da sua Igreja. O dinamismo da sua personagem e
sua animação, no entanto, não estavam em conflito com sua profunda fé e as
exigências morais em que baseou as suas ações; pelo contrário, ela empregou
todos os seus talentos e desenvolveu-os para explorar plenamente tanto na vida
privada quanto na vocação a que foi chamado para confirmar a suas irmãs e
irmãos. Desta forma, descobriu o segredo da relação entre o homem individual e
seu Deus: a resposta ao chamado de
Cristo e segui-Lo liberta o homem de uma forma extraordinária, colocando-o em
posição de desenvolver seus talentos em abundância.
Após a compreensão
do sofrimento e o destino do doente, ela decidiu dedicar sua vida ao Senhor na
Ordem da Comunidade das Irmãs da Misericórdia de Santa Cruz de Ingenbohl, que
ela fundou inicialmente no serviço aos jovens e mais tarde para o serviço aos
mais pobres, aqueles que foram privados de direitos. De modo a ser finalmente
chamada a "mãe dos pobres".
Maria Teresa percebeu que a obediência era "a rota mais direta, para
atingir o auge da perfeição" (Teresa de Ávila). Ela encontrou a verdadeira felicidade em fazer da sua vida um dom de
amor para o Senhor e para os pobres, a quem ele preferia. Ela desenvolveu um
carinho especial e cuidados especiais para surdos-mudos.
Maria Teresa é um
exemplo. Sua força interior cresceu por causa de sua vida religiosa: passeava muitas
horas diante do Santíssimo Sacramento, onde o Senhor envia seu amor a todos os
que vivem em estreita união com ele. Mas o amor não se encontra no coração de
um homem sem que desenvolva as virtudes. Quanto
mais cresce na sua vida interior, mais ela se torna sensível às necessidades do
mundo do seu tempo. Nas circunstâncias difíceis que a Europa atravessou no
século XIX, ela ajudou os povos da Europa Central com as suas muitas fundações.
No meio de seu trabalho incansável, ela
não hesitou em dizer que era necessário ter "a mão no trabalho e corações
para Deus." Ela teve um grande cuidado em particular em ser fiel aos compromissos
do batismo e voto religioso. O compromisso com a imitação de Cristo é o triunfo
de Deus, que se apodera de um homem e que exige dele todos os esforços
possíveis para o serviço desse amor, estar consciente da fraqueza humana. Maria
Teresa entendeu que a garantia de lealdade era dedicar-se sem cessar à oração
contemplativa e à vida sacramental.
Papa João Paulo II - Homilia de Beatificação 29 de outubro de 1995
Madre Maria Teresa,
nasceu em 30/10/1825, em Meggem, Suíça. Seus pais eram humildes camponeses e
bons cristãos. Foi batizada com o nome de Anna Maria Catarina. Desde a
primeira infância a mão divina a guiou em todos os acontecimentos: os sofridos
e os alegres. Aos sete anos ficou órfã de pai, indo viver com os tios maternos,
dos quais um era seu padrinho.
Aos
dezesseis anos foi enviada pela mãe para ajudar nos trabalhos do Hospital Regional
de Lucerna. O início ali foi muito difícil para a jovem cheia de
espontaneidade, contudo, mais tarde, sobre aquela época, ela escreveu “a graça
venceu”. Entrou para a Associação das Filhas de Maria e depois para a Ordem
Terceira Secular de São Francisco, em seu tempo, um prodígio, para alguém
daquela idade.
Em
uma peregrinação para Einsiedeln, descobre sua vocação: sente-se chamada a
seguir o Cristo Pobre, Casto e Obediente. Assim, em 01/03/1845, a jovem alegre
e determinada entra na comunidade das Irmãs do Ensino de Menzingen, passando
então a chamar-se, Irmã Maria Teresa. Esta mudança de nome era uma forma de
indicar a nova vida recebida no seguimento de Cristo. Daqui em diante, sempre
de novo buscará em sua vida ser nova criatura, renascida para o Senhor que a
chama ao seguimento radical Dele.
Em 1850, Frei
Teodósio a chama para o orfanato e asilo de pobres em Näfels. Aqui, ela é
chamada pela primeira vez de mãe dos pobres. Ir. Maria Teresa fazia muito
bem cada trabalho que lhe era confiado, por isso Frei Teodósio a coloca como
responsável num hospital em Coira, o Planaterra. Era o ano de 1852.
Em
1856, por decisão episcopal o Instituto das Irmãs do Ensino de Menzingem é
divido e surge um novo ramo, as Irmãs de Caridade da Santa Cruz. Após intensa
oração e muita reflexão, ela toma sua decisão, colocando-se a serviço dos
pobres e doentes e se torna a primeira Madre Geral das Irmãs de Caridade da
Santa Cruz.
Para as Irmãs,
Madre Maria Teresa foi sempre mãe e guia, para os pobres e sofredores uma fiel
companheira.
Após
a morte inesperada do Fundador assumiu com coragem e energia o Instituto com
suas obras sociais: escolas, asilos para deficientes, órfãos, casas para
idosos e fábricas. Além das dívidas oriundas dos empreendimentos assumidos pelo
Frei.
Mantendo sempre a
esperança e a fé, ela morreu em 16/06/1888, em Ingenbohl, com fama de
santidade, após um sofrimento doloroso, assumido com paciência. Em
29/10/1995, o Papa João Paulo II declarou Madre Maria Teresa, Bem Aventurada,
mãe dos pobres. Incontáveis são as pessoas que a invocam cheias de confiança e
que pela intercessão dela alcançam graças, recebendo novo ânimo e ajuda.
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