"Queridos irmãos e irmãs, hoje em Viena está sendo proclamada
Beata, Hildegarda Burjan que viveu no século XIX e fundou a sociedade das Irmãs
da Caridade Social. Aclamemos ao Senhor por este testemunho do Evangelho. Ela
que foi: esposa, mãe, política, pioneira do serviço social na Áustria e
testemunho de amor aos irmãos, principalmente os mais pobres.”
Papa
Bento XVI – 31 de janeiro de 2012
Hildegarda nasceu no seio de uma família judia de
classe média alta que não praticava nenhuma religião. Aos seis anos viu da
janela de seu quarto, monjas rezando no jardim de um mosteiro vizinho à sua
casa. Queria saber quem eram e o que faziam. A mãe respondeu que eram monjas e
que estavam rezando para seu Deus.
Então falou: “Se
essas mulheres tão bonitas estão rezando para Deus, então Deus deve ser bonito
e como deve ser bonito quando se pode rezar a Deus!” Fez ainda muitas
perguntas sobre Deus, mas a mãe retirou-a da janela dizendo que sobre isso
poderia ler nos livros mais tarde. Expressou chorando: “Deus, eu também queria rezar!”
Não era comum em
seu tempo que uma moça frequentasse a universidade, porém ela, decididamente
inscreveu-se na Universidade de Zurique, no curso de Filosofia, chegando ao
doutorado.
No ambiente
universitário logo percebeu que alguns colegas tinham dificuldades para pagar
seus estudos. Sensibilizada fundou então um círculo de ajuda a estudantes com
dificuldades financeiras. Ela mesma fazia economia, indo a pé para a
Universidade, a fim de colaborar com a caixa de ajuda.
Em sua juventude
Hildegarda experimentou um ardente desejo de encontrar o verdadeiro sentido da
vida. Buscava uma resposta e nas horas de solidão repetia com insistência: “Deus,
se tu existes, manifesta-te a mim”.
Alguns professores
do Curso de Filosofia que estavam prestes a tornarem-se católicos, exerceram
grande influência em sua busca pela verdade. Conheceu a fundo a doutrina católica
e sentia grande interesse por ela, mas ainda faltava-lhe a graça da fé.
Aos 25 anos,
formada em Filosofia, casada com o engenheiro Alexandre Burjan, Hildegard
encontra-se muito doente e é internada num hospital católico. Lá permanece por
alguns meses em tratamento, passando por diversas cirurgias. No hospital, é
atendida pelas Irmãs de São Carlos Borromeu que ali trabalhavam. Fascinou-lhe o
testemunho daquelas irmãs e concluiu: “Isto que as Irmãs fazem, um ser humano,
apoiado só nas suas próprias forças é incapaz de realizar”.
Convenceu-se,
então, da existência de Deus e nele passou a acreditar ardentemente. Era muito
grave seu estado de saúde e os médicos declararam que já haviam esgotado todos
os recursos que a Medicina dispunha. Para surpresa de todos, na manhã seguinte,
um Domingo de Páscoa, Hildegarda estava curada, de forma inexplicável.
Hildegarda atribuiu a cura a um milagre e a partir deste momento, passou
a conhecer a Deus. Durante os dias que ficou internada, ela passou a observar o
trabalho social que as monjas desenvolviam no hospital. Pediu
o Batismo e decididamente expressou:
“Quero doar-me, consumir minha vida no amor
aos irmãos”.
Mais tarde, quando ficou grávida, os médicos sugeriram que ela abortasse
o bebê, devido aos seus problemas renais. Hildegarda considerou esta sugestão como
um assassinato e arriscou sua vida para dar a luz. Assim,
deu à luz a uma filha, à qual chamou de Isabel, em honra a Santa Isabel, a
Santa da Caridade.ao filho, que
nasceu em perfeito estado de saúde.
Durante a 1ª Guerra articulou inúmeras campanhas para
socorrer órfãos e viúvas. Preocupou-se com a mulher operária, mãe de numerosos
filhos para sustentar. A maioria costurava em casa para grandes firmas, pelas
quais eram exploradas. Organizou-as em associações a fim de que trabalhassem
juntas, em salas aquecidas durante o inverno. As peças confeccionadas passaram
a ter o valor justo e as operárias tiveram seus direitos respeitados. Para os
famintos organizou a “Mesa de Santa Isabel”, onde muitas pessoas podiam
alimentar-se de sopa quentinha, numa sala aquecida. Além disso, conseguiu uma maneira
mais barata de comprar alimentos, uma espécie de mercado popular.
Tinha grande capacidade de atrair voluntários para os diversos trabalhos sociais. Promovia chás beneficentes, convidava as damas da sociedade e lá fazia calorosas palestras, conscientizando-as das necessidades e sofrimentos dos mais desfavorecidos e sensibilizando-as para que dedicassem a eles parte de seu tempo.
Para Hildegarda não
havia barreira entre pobres e ricos. Ela sabia fazer a ponte e unir a todos na
mesma causa: a caridade social, amor que eleva e que liberta.
Em 1919 decidiu fundar a Sociedade
das Irmãs da Caridade Social, constituída por mulheres dedicadas à
assistência de pessoas convalescentes, doentes e portadores de distúrbios
mentais. Também fundou abrigos para mães solteiras, jovens e mulheres sem
moradia, além de espaços que realizavam a distribuição de comida para os
pobres.
Hildegarda foi a primeira mulher a se tornar membro do Conselho
Municipal de Viena em 1918 pelo Partido Social Cristão e no ano seguinte, se
tornou deputada no Conselho Nacional da Áustria.
Ela faleceu em 1933 aos 50 anos de idade. Seu lema era: "Entregue completamente a Deus e à
humanidade".
O processo de beatificação começou em 1963 através do Bispo Castrense da
Áustria, Dom Franz König. Foi declarada Venerável em 2007 e em 2011 foi
reconhecido um milagre atribuído a ela.
Oração;
Senhor,
o seu amor misericordioso
tocou profundamente o coração
da Beata Hildegarda Burjan
e fez dela mãe corajosa e solidária,
mulher de oração e de caridade,
defensora dos pobres e sofredores.
tocou profundamente o coração
da Beata Hildegarda Burjan
e fez dela mãe corajosa e solidária,
mulher de oração e de caridade,
defensora dos pobres e sofredores.
Pela
sua intercessão, venho suplicar-lhe a graça (dizer a graça que espera).
Fortalecei a minha fé e minha esperança
frente aos desafios da vida.
Que tudo se realize conforme a sua vontade.
Amém.
Fortalecei a minha fé e minha esperança
frente aos desafios da vida.
Que tudo se realize conforme a sua vontade.
Amém.
Beata
Hildegarda Burjan,
Rogai por nós.
Rogai por nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário