quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

São João de Brito

Nasceu em março de 1647 em Lisboa, Portugal, ainda criança ficou gravemente  doente e sua mãe, uma senhora na nobreza, invocou São Francisco Xavier e dedicou a ele o seu filho.
Talvez esta seja a fonte do chamado de João a vida religiosa. Ele era amigo e companheiro  do Infante Dom Pedro que mais tarde viria a ser o rei de Portugal. João entretanto, aspirava somente vestir o hábito de missionário e dedicar-se as seguir os passos de São Francisco Xavier. 

Com a idade de 15 anos João entrou para a Companhia de Jesus apesar da oposição da família e amigos. Seu sucesso nos estudos era tão notável que foram feitos grandes esforços para mantê-lo em Portugal após ser ordenado. Mas João desejava ensinar os evangelhos no Extremo Oriente. Em 1673 ele viajou para Goa (sul da Índia) com 16 outros jesuítas para iniciar uma incrível aventura com muitos problemas inclusive febres e outros obstáculos mas também muito sucesso. Durante esta viagem aportou no Brasil onde ficou durante algum tempo.

Ele trabalhou em Malabar,Tanjore, Marava e Madura, Índia onde ele ficou encarregado da Missão em Madura. Viajava a pé através de vasta região ao norte do equador, extremamente quente. Aqueles que trabalhavam com ele reportavam em suas cartas como era a sua coragem, devoção e a enorme colheita de almas que ele conseguia para Jesus.

O Padre Britto se adaptou o mais possível nas maneiras, vestimentas, costumes dos indígenas e demais pessoas onde ele vivia e até mesmo  tornando-se um membro da casta Brahmin para alcançar a nobreza. Seus métodos não eram convencionais em muitos aspectos, mas o sucesso de sua missão eventualmente o levou a morte.
Muitas vezes o Britto e seus catequistas  indianos eram sujeitos a brutalidades. Uma vez em 1686 após pregar em Margava ele vários devotos foram cercados e como se recusassem a pagar tributo ao deus Shiva foram sujeitos a vários dias de torturas as mais terríveis. Ele foi pendurados pelos pés em arvores e com uma polia ele era mergulhado varias vezes  dentro de um poça de água estagnada e fétida e outras indescritíveis torturas. Mas Britto recuperou-se milagrosamente.

Pouco depois ele foi chamado de volta a Lisboa. Seu velho amigo e agora o Rei Pedro II e o Núncio Papal fizeram todos os esforços para mantê-lo na Europa, mas Britto suplicava para deixá-lo retornar as sua missão no campo. De volta Madura ele continuou o seu trabalho.

As causas da morte de João de Brito devem-se ao fato de um príncipe da casa real do Maravá querer conhecer a religião cristã, sendo-lhe enviado um catequista para tal. O príncipe, que entretanto adoeceu, não estava a conseguir melhorar com os cuidados médicos da corte, e resolveu invocar o Deus dos cristãos. Acompanhado pelo catequista, foi-lhe lido o Evangelho de São João. Esta situação terá sido a origem da sua cura.
O príncipe, sensibilizado pela forma como ficou curado, pediu para ser batizado pelo Padre João de Brito. No entanto, havia o problema de ser polígamo e, de acordo com a lei da Igreja cristã, tal não era permitido. Informado, o príncipe aceitou ficar apenas com uma mulher, a primeira, não descurando as outras a quem prometeu que nada lhes faltaria, e foi batizado. Porém, a sua mulher mais nova não gostou de ser relevada para segundo plano, e foi queixar-se ao Rajá do Maravá, seu tio, e aos sacerdotes. O Raja iniciou uma perseguição aos cristãos. 

João de Britto foi capturado torturado e ordenado a deixar o país, mas ele recusou. Assim ele foi decapitado em Orius sob a acusação de subverter a religião da área,  mas mesmo assim houve uma grande demora para a sua execução, devido a relutância de um príncipe local em tirar a vida de Britto.

Uma comovente carta que ele escreveu aos seus colegas missionários na véspera de sua execução ainda existe. Outra carta que ele enviou ao seu superior dizia:

“Eu espero a morte com impaciência. Tem sido o objeto das minha orações. Será a minha mais preciosa recompensa pelo meu trabalho e meus sofrimentos”.

Foi decapitado e esquartejado no dia 04 de fevereiro de 1693 em Oreiour, Índia.
Quando a noticia chegou em Lisboa, o Rei Pedro II ordenou uma missa  de ação de graças e a mãe do mártir chegou a igreja não vestida de luto, mas sim com um lindo vestido, para festejar  a nova vida de seu filho.

Ele foi beatificado em 1853 e canonizado em 1947 pelo Papa Pio XII.

É padroeiro de Portugal.

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