sábado, 7 de fevereiro de 2015

A Doutrina da Infalibilidade do Papa

A Doutrina da Infalibilidade do Papa foi definida no 4º capítulo da 4ª sessão do Concílio Vaticano I (1869-1870), durante o pontificado de Pio IX.

É comum ouvirmos, porém, muitos questionamentos a esse respeito, de pessoas que pensam que os católicos acreditam que o Papa seja infalível no sentido de impecável, como se fosse um homem acima do bem e do mal, isento de qualquer erro ou pecado, incapaz de fazer ou dizer qualquer coisa incorreta.

O Sumo Pontífice da Igreja, claro, é um homem falho e imperfeito e pecador como todos nós.

Em primeiro lugar, a doutrina da infalibilidade não diz que o Papa é um homem perfeito, que nunca erra e não peca, por ser Papa. O que a doutrina da infalibilidade papal afirma é que o Papa é infalível quando fala nas condições "Ex Cathedra".

O que significa isto? Ex Cathedra (do latim) significa, literalmente, "da Cadeira" ou "do Trono".
Quer dizer que o Papa é infalível quando se pronuncia a partir do Trono de Pedro, isto é, como Sumo Pontífice, como o sucessor daquele que recebeu as Chaves do Reino dos Céus, líder e condutor terreno de toda a Igreja, exclusivamente nas seguintes condições:

1) Quando se pronuncia como sucessor de Pedro, usando o poder das Chaves concedidas ao Apóstolo pelo próprio Cristo Jesus (Mt 16,19);

2) Quando o objeto do seu ensinamento é a moral, fé ou os costumes;

3) Quando ensina à Igreja inteira;

4) Quando é manifesta a intenção de dar decisão dogmática, e não alguma simples advertência, declarando anátema que se ensine tese oposta.

Resumindo, o Papa é infalível quando se dirige, na qualidade de sucessor do Apóstolo Pedro, que ele propriamente é, a toda a Igreja; quando o objeto do seu pronunciamento é a moral, a fé e/ou os costumes; e quando define uma decisão dogmática.

Fora das condições descritas acima, o Papa é, como todos nós, passível de falhas.

O papa Francisco reconhece-se pecador em vários momentos e na Audiência de 20/11/2013 afirma: "Enfim, um último ponto: o sacerdote, instrumento para o perdão dos pecados. O perdão de Deus, que nos é concedido na Igreja, é-nos transmitido mediante o ministério do nosso irmão, o sacerdote; também ele, um homem que como nós precisa de misericórdia, se torna verdadeiramente instrumento de misericórdia, comunicando-nos o amor ilimitado de Deus Pai. Inclusive os presbíteros e os Bispos devem confessar-se: todos nós somos pecadores. Também o Papa se confessa a cada quinze dias, porque inclusive o Papa é pecador. O confessor ouve os pecados que lhe confesso, aconselha-me e perdoa-me, porque todos nós precisamos deste perdão. "

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