sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Poema de São Gregório de Narek


Numerosas são as minhas ofensas e ultrapassam toda a conta, 
mas nem por isso tão espantosas como a tua misericórdia. 

Múltiplos os meus pecados, mas sempre diminutos, comparados com 
o teu perdão. 

Quem poderá lançar a treva sobre a tua luz divina? 
Poderá uma reduzida obscuridade rivalizar com os teus raios, grande 
como és? 

Poderá a concupiscência do meu frágil corpo ser comparada com a 
Paixão da tua Cruz? 

O que serão aos olhos da tua bondade, Deus Onipotente, os pecados 
de todo o universo? 

São como uma bolha de água que, à queda da tua chuva abundante, 
logo desaparece. 

Tu fazes brilhar o sol sobre os justos e os pecadores e chover sobre 
todos indistintamente. 

Uns vivem em grande paz, na expectativa da recompensa; Mas, 
àqueles que preferiram a terra, perdoas-lhes por misericórdia, e dá-
lhes, como aos primeiros, um remédio de vida, esperando sempre 
que a Ti regressem. 

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