quinta-feira, 30 de abril de 2015

São Pio V - Papa

Antonio Miguel Ghisleri nasceu em 1504, em Bosco Marengo, na província de Alexandria e, aos quatorze anos já ingressara na congregação dos dominicanos. Depois que se ordenou sacerdote, sua carreira correu na Terra como um raio. Foi professor, prior de convento, superior provincial, inquisidor em Como e Bérgamo, bispo de Sutri e Nepi, depois cardeal, grande inquisidor, bispo de Mondovi e, finalmente, papa, em 1566, tomando o nome de Pio V.
Assim que assumiu foi procurado em Roma por dezenas de parentes. Quando, em certa ocasião, alguém lhe lembrou de subvencionar mais os parentes, Pio respondeu: “Deus fez-me Papa para cuidar da Igreja e não de meus parentes”. Não deu "emprego" a nenhum, afirmando ainda que um parente do papa, se não estiver na miséria, "já está bastante rico".

Implantou ainda outras mudanças no campo pastoral, aprovadas no Concílio de Trento: a obrigação de residência para os bispos, a clausura dos religiosos, o celibato e a santidade de vida dos sacerdotes, as visitas pastorais dos bispos, o incremento das missões e a censura das publicações, para que não contivessem material doutrinário não aprovado pela Igreja. Conseguiu a união dos países católicos, com a conseqüente vitória sobre os turcos invasores decretou a excomunhão e deposição da própria rainha da Inglaterra. 

Não há virtude que este grande Papa não tenha exercitado. Todos os dias celebrava ou ouvia a Santa Missa, com o maior recolhimento. Tinha grande devoção a Jesus Crucificado.
Fazia todas as orações aos pés da imagem do Crucificado, inúmeras vezes o beijava.
Certa vez, quando ia beijá-lo, conforme o costume, a imagem retirou-se, salvando-o assim de ser assassinado. Uma pessoa má tinha coberto a imagem com um pó levíssimo e venenoso.

Numa quinta-feira Santa, quando realizava a cerimônia do “Lava Pés”, entre os doze pobres havia um, cujos pés apresentavam uma úlcera asquerosa. Pio, reprimindo uma natural repugnância, beijou a ferida com muita ternura. Um fidalgo inglês, que viu este ato, ficou tão comovido, que, no mesmo dia, se converteu à Igreja Católica.
                                                  
Pio era tão amigo da oração, que os turcos afirmaram ter mais medo da oração do Papa, do que dos exércitos de todos os príncipes unidos. À oração unia rigor contra si mesmo: a vida era-lhe de penitência contínua. Três vezes somente por semana comia carne e ainda assim em quantidade mínima.
                                                  
Mostrava grande amor aos pobres e doentes. Entre os pobres, gozavam de preferência os neófitos.                                                  
Seguindo o exemplo do divino Mestre, perdoava de boa vontade aos inimigos e ofensores. Nunca se lhe ouviu da boca uma palavra áspera.
                                                  
Pio empregava bem o tempo. Era amigo do trabalho e todo o tempo que sobrava da oração, pertencia às ocupações do alto cargo. Alguém lhe aconselhara que poupasse mais a saúde, e tomasse mais descanso. Pio respondeu-lhe:
“Deus deu-me este cargo, não para que vivesse segundo a minha comodidade, mas para que trabalhasse para o bem dos meus súditos. Quem é governador da Igreja, deve atender mais às exigências da consciência que às do corpo”.

Pio V morreu em 15 de maio de 1572, tendo seu pontificado durado seis anos e três meses. Foi canonizado em 1712, por Clemente XI.



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