sábado, 18 de outubro de 2014

São Lucas - Padroeiro dos Médicos

Lucas foi um dos quatro evangelistas do Novo Testamento. Seu Evangelho é o terceiro em ordem cronológica; os dois que o precederam foram escritos pelos apóstolos Mateus e Marcos.
Lucas não conviveu pessoalmente com Jesus e por isso a sua narrativa é baseada em depoimentos de pessoas que testemunharam a vida e a morte de Jesus. Além do Evangelho, é autor do "Ato dos Apóstolos", que complementa o seu Evangelho.
Segundo a tradição, São Lucas era médico, além de pintor, músico e historiador, e teria estudado medicina em Antioquia. Possuindo maior cultura que os outros evangelistas, seu evangelho utiliza uma linguagem mais aprimorada que a dos outros evangelistas, o que revela seu perfeito domínio do idioma grego.
São Lucas não era hebreu e sim gentio, como era chamado todo aquele que não professava a religião judaica. Não há dados precisos sobre sua vida. Segundo a tradição era natural de Antioquia, cidade situada em território hoje pertencente à Síria e que, na época, era um dos mais importantes centros da civilização helênica na Ásia Menor. Viveu no século I d.C., desconhecendo-se a data do seu nascimento, assim como de sua morte.
Lucas não tinha mulher nem filhos, depois de ter estudado medicina em Antioquia dirigiu-se para Alexandria, Atenas e Pérgamo, onde encontrou Paulo. Segundo a tradição, quando Paulo foi atingido por uma enfermidade durante sua viagem, teria sido curado por Lucas e a partir deste momento Lucas passou a acompanhá-lo em suas viagens, tendo ido para Filipos, Jerusalém e Roma.

Em Roma acompanhou Paulo em seus dois cativeiros e este deixou registrado que teve consigo São Lucas, “médico queridíssimo” que o ajudava no seu apostolado, consolava-o nos seus trabalhos e atendia-o e curava-o com solicitude nos seus padecimentos corporais. No segundo cativeiro, do ano 67, pouco antes do martírio, escreve a Timóteo que “Lucas é o único companheiro” na sua prisão. Os outros tinham-no abandonado.

Há incerteza, igualmente, sobre as circunstâncias de sua morte; segundo alguns teria sido martirizado, vítima da perseguição dos romanos ao cristianismo; segundo outros morreu de morte natural em idade avançada. Tampouco se sabe ao certo onde foi sepultado e onde repousam seus restos mortais. Na versão mais provável e aceita pela Igreja Católica, seus despojos encontram-se em Pádua, na Itália, onde há um jazigo com o seu nome, que é visitado pelos peregrinos.

Não há provas documentais, porém há provas indiretas de sua condição de médico. A principal delas nos foi legada por São Paulo, na Carta aos Colossenses, quando se refere a "Lucas, o amado médico" (4.14). Foi grande amigo de São Paulo e, juntos, difundiram os ensinamentos de Jesus entre os gentios.

Outra prova indireta da sua condição de médico consiste na terminologia empregada por Lucas em seus escritos. Em certas passagens, utiliza palavras que indicam sua familiaridade com a linguagem médica de seu tempo.
É o único evangelista que reporta a frase pronunciada por Jesus: “médico, cura a ti mesmo”.
Este fato tem sido objeto de estudos críticos comparativos entre os textos evangélicos de Mateus, Marcos e Lucas, e é apontado como relevante na comprovação de que Lucas era realmente médico.

São Jerônimo define Lucas como “O mais profundo conhecedor da língua grega entre os evangelistas, porque era médico.”

A escolha de São Lucas como patrono dos médicos nos países que professam o cristianismo é bem antiga, já em 1463, a Universidade de Pádua iniciava o ano letivo em 18 de outubro, em homenagem a São Lucas, proclamado patrono do "Colégio dos filósofos e dos médicos".
A escolha de São. Lucas como patrono dos médicos e do dia 18 de outubro como "dia dos médicos", é comum a muitos países, dentre os quais Portugal, França, Espanha, Itália, Bélgica, Polônia, Inglaterra, Argentina, Canadá e Estados Unidos.


No Brasil acha-se definitivamente consagrado o dia 18 de outubro como "dia dos médicos".

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