Hoje, dia dos Defuntos, nos cemitérios cristãos de qualquer parte do mundo — forma-se uma admirável assembleia, na qual os vivos se encontram com os seus defuntos, e com eles consolidam os vínculos de uma comunhão que a morte não pôde romper.
Comunhão real, não ilusória. Garantida por Cristo, que
quis viver na sua carne a experiência da nossa morte, para triunfar sobre ela,
inclusivamente com proveito para nós, com o prodigioso acontecimento da
ressurreição.
"Por que buscais entre os mortos Aquele que vive?
Não está aqui, ressuscitou" (Lc 24, 5-6).
O anúncio dos Anjos, proclamado naquela manhã de Páscoa, junto do sepulcro
vazio, chegou através dos séculos até nós. Esse anúncio propõe-nos, também
nesta assembleia litúrgica, o motivo essencial da nossa esperança. De fato,
"se morrermos em Cristo — recorda-nos São Paulo ao aludir ao que foi
realizado no batismo — com Ele também havemos de viver" (Rom 6, 8).
Corroborados nesta certeza, elevamos ao céu — embora
entre os sepulcros de um cemitério — o canto do Aleluia, que é o canto da
vitória. Os nossos defuntos "vivem com Cristo", depois de terem sido
sepultados com Ele na morte" (cf. Rom 6, 4).
Para eles o tempo da prova terminou, cedendo o lugar ao tempo da recompensa.
Por isso — apesar da sombra de tristeza provocada pela nostalgia da sua
presença visível — alegramo-nos ao saber que chegaram já à serenidade da
"pátria".
Contudo, como também eles foram participes da fragilidade
própria de todo o ser humano, sentimos o dever — que é ao mesmo tempo uma
necessidade do coração — de lhes oferecer a ajuda afetuosa da nossa oração, a
fim de que qualquer eventual resíduo de debilidade humana, que ainda possa
retardar o seu feliz encontro com Deus, seja definitivamente eliminado.
Com esta intenção vamos rezar hoje por todos os defuntos
que repousam nos cemitérios de todas as Nações do mundo.
Papa João Paulo II –
02 de novembro de 1982
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