"A nova Beata Veronica
Antal, fascinada por Santa Maria Goretti, “ícone da pureza”, consagrou sua vida
a Jesus e a Ele foi fiel até o martírio, ocorrido em um contexto trágico de
grandes sofrimentos e de perseguições para os cristãos desta terra.Beata Verônica Antal
Naquele triste período,
ortodoxos, católicos e protestantes eram presos não somente por se oporem ao
regime, mas também porque estavam prontos para testemunhar a sua fé em Jesus,
um aspecto que aos olhos dos perseguidores aparecia como a "culpa"
maior a ser punida. A vida da comunidade católica foi particularmente colocada
à dura prova pela doutrina comunista” com uma educação leninista-marxista,
"danosa para toda a sociedade romena, pois excluía Deus e os valores
cristãos do horizonte de vida das pessoas, em uma tentativa de destruir as
almas".
Cardeal Angelo Becciu - Homilia
da Missa de beatificação – 22 de setembro de 2018
Exemplo de diálogo ecumênico entre católicos e ortodoxos, a jovem Verônica dava ajuda aos necessitados sem fazer qualquer distinção entre os fiéis pertencentes à Igreja Católica e à Igreja Ortodoxa.
Deu assim um fervoroso
testemunho de fraternidade e diálogo sincero, uma mensagem muito clara para nós.
Verônica estava lendo a biografia de Santa Maria Goretti, sem saber que dali a poucos dias, teria o mesmo fim: morta pelas mãos de um homem que queria se aproveitar dela. A nova Beata, Veronica Antal - cujo martírio em odium fidei foi oficialmente reconhecido - comentando aquela leitura, havia confidenciado a uma amiga que, se necessário, também ela teria se comportado assim, tanto que em um pedaço de papel havia escrito: "Eu sou de Jesus e Jesus é meu".
De fato, para permanecer fiel
a ele, preferiu a morte.
Nascida em uma família de
agricultores Nisiporesti, Moldávia (norte da Romênia), significou muito para a
infância Veronica a figura da avó, que lhe ensinou a rezar e a participar da
Missa dominical, além de iniciá-la no uso da roda de fiar e na costura,
aprendizados que lhe permitirão criar diferentes roupas típicas de seu país.
De resto, era uma menina
alegre como todas as outras: nunca negligenciava a escola, mesmo tendo que
contribuir com o trabalho no campo no qual toda sua família se dedicava, tanto
que os pais começam a preparar seu dote, convencidos que a esperava um futuro
com uma casa e uma família própria.
Aos 16 anos, no entanto,
Verônica recebe seu chamado do Senhor. A oração do Rosário, a Eucaristia e a
participação na Missa diária para a qual caminhava cerca de oito quilômetros a
pé, tendo que se levantar antes do amanhecer, já não lhe são o suficiente: ela
quer entrar para um convento.
Infelizmente, no entanto, o
governo comunista havia suprimido todas as ordens religiosas na Romênia, tendo
ela que se contentar em viver sua vida de clausura em casa, onde organiza um
quarto onde pode se recolher em oração sempre que sentir necessidade.
Já franciscana terciária e
aderindo à Milícia da Imaculada, profere de forma privada o voto de castidade e
tornar-se a alma da paróquia, se ocupando dos pobres, do ensino do catecismo às
crianças, da ajuda aos doentes solitários, às pessoas idosas, às mães em
dificuldade. "Esta é a vontade de Deus: a sua santificação", é
o seu lema que ela nunca esquece.
Foi precisamente em função dos
preparativos para a Crisma que alguns jovens fariam no dia seguinte, que
Veronica permaneceu na igreja, naquela noite de 23 de agosto de 1958. As outras
jovens já tinham saído, mas em seguida contaram tê-la visto inquieta e pálida,
como se pressentisse o que lhe aconteceria.
Nos oito quilômetros entre os
campos que devia de atravessar, Veronica encontra Pavel, um jovem da cidade que
começa a agredi-la com propostas indecorosas, e diante da sua rejeição, a mata
com 42 facadas, deixando-a sangrar até a morte em um campo de milho. Ela será
encontrada na manhã seguinte em uma poça de sangue, inviolável, com a coroa do
Rosário ainda apertada entre os dedos.
“Viveu como uma santa e assim
morreu", diziam todos na cidade e logo começaram a visitar o local de seu
martírio como um santuário. Hoje, a nova Beata é venerada pelos católicos e
ortodoxos da Diocese, que a ela confiam seus problemas, e assim ela pode ser
inscrita com razão entre os assim chamados Santos da Pureza, cujos
exemplos mais conhecidos são os já mencionados Santa Maria Goretti e São
Domingos Sávio, o qual dizia: "A morte, mas não o pecado".
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