A
liturgia de hoje convida-nos a dirigir o olhar para o rosto do Filho de Deus
que no alto do monte, como de maneira concorde atestam os Sinópticos, se
transfigura diante de Pedro, Tiago e João,
enquanto da nuvem a voz do Pai proclama: "Este
é o Meu Filho amado. Escutai o que Ele diz" (Mc 9, 7). São Pedro, ao
recordar com emoção o evento, afirmará: "Fomos testemunhas
oculares da Sua majestade" (2 Pd 1, 16).
Na
época atual, penetrada pela chamada "civilização da imagem", torna-se
mais incisivo o desejo de poder encher os próprios olhos com a figura do divino
Mestre, mas é oportuno recordar as suas palavras: "Felizes os que
acreditam sem terem visto" (Jo 20, 29). Foi precisamente olhando com
os olhos da fé o rosto admirável de Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus,
que viveu o venerado e inesquecível Paulo VI. Ao contemplá-lo com amor ardente
e apaixonado, ele disse: "Cristo é beleza: beleza humana e
divina, beleza da realidade, da verdade, da vida". E acrescentava:
"A figura de Cristo apresenta, sem alterar o encanto da sua misericordiosa
doçura, também um aspecto grave e forte, formidável, se quiserdes, contra a
vileza, as hipocrisias, as injustiças, as
crueldades, mas nunca separado de uma
soberana irradiação de amor".
Enquanto,
com ânimo grato, nos aproximamos do altar orando pela alma bendita deste grande
Pontífice, desejamos, como ele e como os discípulos, dirigir também nós o olhar
para o rosto radiante do Filho de Deus, a fim de sermos por ele iluminados.
Peçamos a Deus, por intercessão de Maria, Mestra de fé e de contemplação, a
graça de podermos acolher em nós a luz que brilha no rosto de Cristo, de
maneira a refletir a sua imagem sobre todos aqueles dos quais nos aproximamos.
Papa
João Paulo II - 06/08/2000
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