Valentino
Paquay -Ludovico era o seu nome de batismo - da Ordem dos Frades Menores,
nasceu em Tongeren (Bélgica). Quando era jovem, sentiu-se profundamente tocado
pela misericórdia divina, durante um sermão a que assistiu. Surgiu assim a sua
vocação sacerdotal e religiosa. Procurou então seguir o exemplo dos Santos,
tendo sempre diante dos olhos figuras como João Berchmans e Luís Gonzaga.
Desejava
também ele obedecer de coração à vontade de Deus, ser a vontade de Deus
realizada completamente na medida da graça divina e da generosidade de um
coração jovem. Transcorreu quase toda a sua vida, como religioso, em Hasselt. Nos seus sermões, o tema principal era o
amor de Deus por todos nós. Mesmo quando falava de assuntos como o pecado e o
inferno, a sua consideração final referia-se constantemente à misericórdia de
Deus, que é sempre maior que o coração humano. Pregou muitos retiros sobre
este tema. A sua vocação específica era
o confessionário. No clima do seu amor, todos se sentiam livres de
confessar os seus pecados.
Permanecia
muito tempo durante a noite na igreja a rezar por estes homens de boa vontade,
assumindo sobre si uma parte da penitência pelos seus pecados. Sentia grande
amor pela Sagrada Escritura. Mostrava de maneira viva a atualidade das palavras
de Jesus, convidando assim os fiéis a um encontro verdadeiro com o próprio
Senhor. Faleceu em 1905, depois de uma vida
simples, transcorrida na penumbra do confessionário e na sua cela, que era
muito simples: uma cama de madeira, um genuflexório alto, uma mesinha e
uma cadeira. A um irmão que se lamentava porque lhe tinha sido tirada a sua
cadeira, respondeu: "Tenho presente uma boa cadeira", e deu-lhe
a sua.
Desta
forma, Padre Valentino queria ser o mais pequenino, o menor face a qualquer
outro indivíduo. O seu ideal missionário aproxima-se do Cura d'Ars e da pequena
Teresa de Lisieux. No centro da sua Província, o pequeno padre, enfermo,
frágil, vítima da varíola foi conforto para o seu povo atormentado de Hasselt,
visitando os doentes, sempre em comunhão espiritual com os seus irmãos de
hábito e com toda a Ordem dos Frades Menores. Dedicou toda a sua vida à escuta
dos corações e das almas, evitando qualquer manifestação de privilégio,
qualquer louvor desmedido, querendo assemelhar-se cada vez mais a Francisco de
Assis, consciente dos limites e debilidades características de todos os seres
humanos.
Homilia do Santo João Paulo
II - 9 de novembro de 2003:]
“O Padre Valentino Paquay é, sem dúvida,
um discípulo de Cristo e um padre segundo o coração de Deus. Apóstolo da
misericórdia, ele passava longas horas no confessionário, com o dom particular
de conduzir novamente os pecadores ao caminho reto, recordando aos homens a
grandeza do perdão divino. Colocando no centro da sua vida de sacerdote a
celebração do Mistério eucarístico, ele convidava os fiéis a aproximarem-se com
frequência da comunhão do Pão da Vida.
Como tantos santos, o Padre Valentin
colocou todos os jovens sob a proteção de Nossa Senhora, invocada na igreja da
sua infância, em Tongres, como Causa da nossa Alegria. Seguindo o seu exemplo,
faço votos por que possais servir os vossos irmãos, para lhes dar a alegria de
reencontrar Cristo em verdade!”
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