Já imaginou
você se olhando no espelho e ao invés de ver a sua imagem, deparar-se com a
figura do demônio?
O que você faria?
Villana, filha
de Andrew de'Botti, um comerciante florentino, nasceu em 1332. Quando tinha
treze anos, fugiu de casa para entrar em um convento, mas suas tentativas foram
infrutíferas e foi forçada a voltar. Para evitar a repetição de sua fuga, seu
pai, pouco depois obrigou-a a casar-se com Rosso di Piero.
Após seu
casamento, ela mudou completamente, entregou-se ao prazer e à dissipação e
viveu uma vida inteiramente ociosa e mundana.
Um dia,
quando estava prestes a partir para uma festa, vestida com um lindo vestido
adornado com pérolas e pedras preciosas, ao olhar-se no espelho, para seu
espanto, o reflexo que encontrou seus olhos era o de um demônio hediondo. Um
segundo e um terceiro espelho mostraram a mesma forma horrorosa. Profundamente
alarmada e reconhecendo no reflexo a imagem de sua alma manchada pelo pecado,
arrancou seus finos trajes e, vestida com as roupas mais simples que pode
encontrar, dirigiu-se aos prantos aos padres dominicanos de Santa Maria Novella
para fazer uma confissão geral e pedir a absolvição e ajuda.
Este foi o
ponto de virada da sua vida, e nunca mais voltou atrás. Em pouco tempo, Villana
foi admitida na Ordem Terceira de São Domingos, e após isso avançou rapidamente
na vida espiritual.
Cumprindo
todos os deveres de mulher casada, passou todo o tempo disponível em oração e
leitura. Particularmente gostava de ler as Epístolas de São Paulo e a vida dos
Santos.
Tão
completamente dava-se a Deus, que muitas vezes foi arrebatada em êxtase,
principalmente durante a Santa Missa, mas teve que passar por um período de
perseguição, quando foi cruelmente caluniada e sua honra foi atacada.
Sua alma
também foi purificada por fortes dores e por grande fraqueza física. No
entanto, ela passou incólume por todas essas provações e foi recompensada por maravilhosas
visões e colóquios com Nossa Senhora e outros Santos.
Frequentemente,
a sala da casa em que morava ficava cheia de sobrenatural luz, e também foi
dotada do dom da profecia. Enquanto ela estava deitada em seu leito de morte,
pediu que fosse lida a Paixão de Cristo, e durante as palavras:
"inclinando a cabeça, entregou o espírito", ela cruzou as mãos sobre
o peito e faleceu.
Seu corpo
foi levado para Santa Maria Novella, onde se tornou um tal objeto de veneração
que por mais de um mês era impossível finalizar o funeral. As pessoas brigavam
para obter pedaços de sua roupa. Foi homenageada como uma santa no dia de sua
morte. Seu marido, durante o luto, quando se sentia desanimado e deprimido,
encontrou forças visitando o quarto em que sua amada esposa havia morrido.
O culto à
Beata Villana foi confirmado em 1824.
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