sábado, 4 de maio de 2019

04 de maio - Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. Jo 6,20

A ressureição dos mortos e a vida eterna deveriam ser mencionadas todos os domingos, na missa, porque se trata do núcleo essencial da fé cristã, ligado diretamente a fé de Jesus Cristo morto e ressuscitado. Mesmo assim, é uma reflexão que não encontra o espaço e a atenção que merece, temos a impressão que seja um tema intencionalmente esquecido e ignorado porque é aparentemente distante, estranho à vida quotidiana e à sensibilidade contemporânea.

É uma realidade que não surpreende, já que um dos fenômenos que marca a cultura atual é justamente o fechamento dos horizontes transcendentes, o se fechar em si mesmo, o apego quase exclusivo ao presente, esquecendo ou censurando as dimensões do passado e, sobretudo, do futuro, sentido, especialmente pelos jovens, como obscuro e cheio de incertezas. O futuro além da morte aparece, nesse contexto, inevitavelmente ainda mais distante, indecifrável ou completamente inexistente.

Mas a pouca atenção ao tema da eternidade, esperança cristã que anuncia a ressureição e vida eterna em Deus e com Deus, pode depender também de outros fatores como, por exemplo, da linguagem tradicional usada na catequese. O anúncio da verdade da fé, pode aparecer quase incompreensível e até transmitir uma imagem pouco positiva e ‘atraente’ da Vida eterna.

O Padre grego Gregório de Nissa oferecia uma visão diversa da eternidade, concebida como uma condição existencial que não é estática, mas dinâmica e vivaz. O desejo humano de vida e felicidade, intimamente ligado àquele de ver e conhecer Deus, cresce continuamente sem nunca encontrar o fim. A experiência de encontrar com Deus, transcende qualquer conquista humana e constitui uma meta infinita e sempre nova.  

São Tomás de Aquino afirmava que na vida eterna acontece a união do homem com Deus, numa ‘perfeita visão’ d’Ele”. Esse tipo de reflexão, deveria nos encorajar a repropor “apaixonadamente” e com linguagem adequada ao dia a dia e com profundidade, “o coração da nossa fé, a esperança que nos anima e que dá força ao testemunho cristão no mundo: a beleza da Eternidade”.

Papa Francisco – 04 de dezembro de 2018

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