sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Beata Villana de'Botti,


Já imaginou você se olhando no espelho e ao invés de ver a sua imagem, deparar-se com a figura do demônio?
O que você faria?
Villana, filha de Andrew de'Botti, um comerciante florentino, nasceu em 1332. Quando tinha treze anos, fugiu de casa para entrar em um convento, mas suas tentativas foram infrutíferas e foi forçada a voltar. Para evitar a repetição de sua fuga, seu pai, pouco depois obrigou-a a casar-se com Rosso di Piero.

Após seu casamento, ela mudou completamente, entregou-se ao prazer e à dissipação e viveu uma vida inteiramente ociosa e mundana.
Um dia, quando estava prestes a partir para uma festa, vestida com um lindo vestido adornado com pérolas e pedras preciosas, ao olhar-se no espelho, para seu espanto, o reflexo que encontrou seus olhos era o de um demônio hediondo. Um segundo e um terceiro espelho mostraram a mesma forma horrorosa. Profundamente alarmada e reconhecendo no reflexo a imagem de sua alma manchada pelo pecado, arrancou seus finos trajes e, vestida com as roupas mais simples que pode encontrar, dirigiu-se aos prantos aos padres dominicanos de Santa Maria Novella para fazer uma confissão geral e pedir a absolvição e ajuda.

Este foi o ponto de virada da sua vida, e nunca mais voltou atrás. Em pouco tempo, Villana foi admitida na Ordem Terceira de São Domingos, e após isso avançou rapidamente na vida espiritual.
Cumprindo todos os deveres de mulher casada, passou todo o tempo disponível em oração e leitura. Particularmente gostava de ler as Epístolas de São Paulo e a vida dos Santos.
Tão completamente dava-se a Deus, que muitas vezes foi arrebatada em êxtase, principalmente durante a Santa Missa, mas teve que passar por um período de perseguição, quando foi cruelmente caluniada e sua honra foi atacada.
Sua alma também foi purificada por fortes dores e por grande fraqueza física. No entanto, ela passou incólume por todas essas provações e foi recompensada por maravilhosas visões e colóquios com Nossa Senhora e outros Santos.

Frequentemente, a sala da casa em que morava ficava cheia de sobrenatural luz, e também foi dotada do dom da profecia. Enquanto ela estava deitada em seu leito de morte, pediu que fosse lida a Paixão de Cristo, e durante as palavras: "inclinando a cabeça, entregou o espírito", ela cruzou as mãos sobre o peito e faleceu.

Seu corpo foi levado para Santa Maria Novella, onde se tornou um tal objeto de veneração que por mais de um mês era impossível finalizar o funeral. As pessoas brigavam para obter pedaços de sua roupa. Foi homenageada como uma santa no dia de sua morte. Seu marido, durante o luto, quando se sentia desanimado e deprimido, encontrou forças visitando o quarto em que sua amada esposa havia morrido.

O culto à Beata Villana foi confirmado em 1824. 

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