Maria
nasceu em uma antiga família de notáveis parisienses (procuradores,
conselheiros, secretários do rei, etc.) remontando ao século XV, no dia 14 de outubro de 1653 em
Dourdan, perto de Paris (França).
Seus pais Cláudio Poussepin e Juliana Fourrier
formavam um casal de sólidas convicções religiosas que transmitiram a seus sete
filhos, dos quais somente dois, Maria e Cláudio, chegaram a idade adulta. Era
uma família relativamente abastada, mas o pai acabou na falência.
Maria era a mais velha e ainda jovem teve que
retomar a fábrica de meias de seda de seu pai não só para prover às
necessidades da sua família, mas também para a economia da aldeia. Nessa época
a miséria era muito grande: as colheitas eram más, as doenças e as guerras
frequentes deixavam a população num estado dramático.
Em 1685, o ateliê Poussepin era o único na França a
fazer das meias uma profissão, e formar gerações de aprendizes. Em 1702,
Dourdan, graças ao zelo da Srta. Poussepin, era a segunda cidade da França na
fabricação de meias.
Como diretora da empresa, Maria introduziu novas
máquinas e contratou jovens entre 15 e 22 anos, e fixou uma produção semanal
mínima, quatro pares de meias não pagas. Mas, tudo que o aprendiz fazia a mais
era largamente remunerado. Desta forma suprimia a necessidade destes pagarem um
direito de formação à aprendizagem ao mestre de estágio. Esta prática muito
inovadora permitiu oferecer às jovens pobres e aos órfãos, a possibilidade de
adquirir um ofício. Ela criava empregos de modo a permitir que estes jovens
saíssem da miséria por eles mesmos.
Além de sua responsabilidade de chefe de
empresa, Marie Poussepin dedicava-se às obras de caridade da sua cidade como
membro da Associação Internacional da Caridade AIC. Mas pouco a pouco foi
transmitindo as responsabilidades da empresa para seu irmão para se dedicar
mais a caridade.
Em 1692 o Pe. François Mespolié, dominicano, visita
Dourdan e por meio dele Maria conhece a Ordem de São Domingos e encontra nela
as respostas para seus desejos de uma vida espiritual mais intensa. Assim, a
partir de 1693 passou a pertencer a Ordem Terceira Dominicana. Nestes grupos,
Maria tornou-se logo a responsável, pelo zelo que mostrava em visitar os
doentes, as viúvas, os mendigos. Estas obras apresentam as duas vertentes da
sua caridade: a economia e a compaixão.
No início de 1696, Maria deixa Dourdan e se instala
em Sainville, uma aldeia muito pobre, após ter-se comovido com a miséria das
áreas rurais e em especial pelo estado das órfãs, das viúvas, das mulheres doentes
e pela condição da mulher pobre da sua época.
Maria Poussepin fundou ali uma comunidade
dominicana à qual deu todos os bens pessoais. Esta obra instalada na pequena
Sainville é uma inovação: tratava-se de viverem juntas, de acordo com os costumes
dominicanos, mas sem clausura, para poder irradiar a caridade; propunha-se
assim a um desafio: lutar contra a miséria e viver plenamente a vida religiosa.
Em Sainville, Maria organizou uma pequena escola
para as jovens. A comunidade aumentou e rapidamente outras comunidades foram
criadas, sempre a serviço dos mais pobres, dos doentes, das órfãs. Durante a
vida de Maria cerca de vinte comunidades existiam na região parisiense e também
em Chartres.
Maria Poussepin instituiu uma Congregação original,
as Irmãs de Caridade Dominicanas da Apresentação de Tours, onde as Irmãs atuam
gratuitamente a serviço dos pobres e, além disso, devem ganhar a vida (na época
da fundação, trabalho de tecelagem). Coloca o exercício da caridade no centro
da vida religiosa e o trabalho um meio para viver a pobreza religiosa. Maria
dava um lugar proeminente ao trabalho como verdadeira ascese e compromisso
fraternal para atingir os objetivos da Congregação.
A Beata faleceu no convento de Sainville, o
primeiro que se construiu, no dia 24 de janeiro de 1744 e foi beatificada em
1994 pelo Papa João Paulo II.
Nenhum comentário:
Postar um comentário