Dos diversos milagres que se
atribuem ao Santo Domingo o mais difícil é a libertação de um cristão que
estava em poder dos mouros.
Este muito astuto e ladino
sabia certamente de que Santo Domingo se dedicava a libertar os cristãos
aprisionados, por isso decidiu metê-lo dentro de uma pesada arca.
Sobre o imenso e pesado
móvel dormia um cachorro, um galo e uma galinha que tinham por missão despertar
com latidos e cacarejos o mouro, se alguém dela se aproximasse, principalmente
Santo Domingo.
Passaram-se os dias, o galo,
a galinha e o cachorro seguiam dormindo em cima daquela pesada arca enquanto o
mouro espiava a cada momento pelas fendas de uma porta. O tempo passava e Santo
Domingo não aparecia para resgatar o cristão – residente por certo em Nájera -
que se queixava do tremendo calor que sentia dentro daquele móvel, respirando
apenas através de um pequeno orifício existente na parede de madeira da arca.
O prisioneiro sentia que seu
corpo ia se debilitando dia a dia, já havia perdido as esperanças de ver-se
resgatado.
Sem encontrar resistência,
em uma noite, quando o mouro dormia sob o efeito de uma tremenda bebedeira,
apareceu Santo Domingo que levou pelos ares não só a arca onde se encontrava o
cristão, bem como o galo, a galinha e o cachorro, levando tudo até o povoado de
Silos. Donde os monges fizeram tocar de alegria os sinos acompanhados pelo
clamor incessante das pessoas que receberam o prisioneiro libertado.
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