Crisógono
é definido como "vir christianissimus" (verdadeiro cristão). E de tal maneira coerente com
a própria fé, que não se deixou seduzir pelo cargo honorífico do consulado —
que lhe fora oferecido pelo imperador Diocleciano em pessoa, quando estava de
passagem por Aquileia, com a condição de que renegasse a Cristo e queimasse
alguns grãos de incenso no altar de Júpiter. Ante sua recusa, o
“cristianíssimo” Crisógono foi preso na casa de um certo Rufino, que o devia
manter confinado à espera de um processo. Rufino terminou sendo convertido por
seu prisioneiro, e compartilhou com ele a mesma sorte, isto é, a decapitação.
Desde
o princípio, a devoção a este mártir de Aquileia foi transferida para Roma,
onde há uma igreja dedicada em seu nome em Trastevere. Esta
igreja ("Titulus Chrysogoni") foi mencionada pela primeira vez nos
atos do Concílio de Roma de 499, mas provavelmente data
do século IV. É possível que o fundador da igreja tenha sido um tal Chrysogonus
e que, por conta da similaridade entre os nomes, a igreja rapidamente tenha se
tornado o centro da devoção do mártir de Aquileia. De forma similar, a
veneração de Anastácia de Sirmio fora transplantada para Roma. É
também possível, porém, que, desde o início, por alguma razão desconhecida, a
igreja tenha sido consagrada em nome de São Crisógono e tenha sido batizada em
sua homenagem de fato.
Por volta do século VI surgiu a legenda
do mártir que fez dele um romano e o ligou à história de Santa Anastácia, uma
maneira de evidenciar a veneração de Crisógono na igreja romana que leva seu
nome. De acordo com esta legenda, Crisógono, inicialmente um funcionário
do vigário da cidade (vicarius Urbis), era um professor cristão de
Anastácia, a filha do nobre romano Pretextato. Atirado na prisão durante a
perseguição de Diocleciano, ele confortou a aflita Anastácia com suas cartas.
Por ordem de Diocleciano, Crisógono foi arrastado à presença do imperador em
Aquileia, condenado à morte e decapitado. Seu cadáver, atirado ao mar,
apareceu numa praia e foi enterrado pelo já idoso sacerdote Zoilo, que também é
o santo padroeiro de Zadar. Na legenda, a morte do santo teria
ocorrido em 23 de novembro.
A Igreja Católica comemora o santo no dia
24 de novembro, o aniversário da dedicação da igreja que leva seu nome.
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