Numerosas são as minhas
ofensas e ultrapassam toda a conta,
mas nem por isso tão espantosas como a tua misericórdia.
Múltiplos os meus pecados, mas sempre diminutos,
comparados com
o teu perdão.
Quem poderá lançar a treva sobre a tua luz divina?
Poderá uma reduzida obscuridade rivalizar com os teus raios, grande
como és?
Poderá a concupiscência do meu frágil corpo ser
comparada com a
Paixão da tua Cruz?
O que serão aos olhos da tua bondade, Deus
Onipotente, os pecados
de todo o universo?
São como uma bolha de água que, à queda da tua
chuva abundante,
logo desaparece.
Tu fazes brilhar o sol sobre os justos e os
pecadores e chover sobre
todos indistintamente.
Uns vivem em grande paz, na expectativa da
recompensa; Mas,
àqueles que preferiram a terra, perdoas-lhes por misericórdia, e dá-
lhes, como aos primeiros, um remédio de vida, esperando sempre
que a Ti regressem.
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