quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

São Severino

Severino teria nascido em Roma ou no norte da África, em 410, de família de nobres, mas, possivelmente inspirado pelas vidas de São Paulo Eremita e Santo Antão, distribuiu seus bens entre os pobres e foi viver a plena  Comunhão  com  Deus nos desertos do Egito. Era uma época de grandes transformações com o declínio do império Romano e as invasões bárbaras.

Anos depois de muitas penitências e meditações, por volta dos anos 440, ele percebeu que poderia fazer muito mais pela salvação das almas se dedicasse sua vida a catequese dos povos bárbaros que viviam ao norte do império romano. Por lá, muitos ainda não conheciam o Evangelho de Cristo, e tudo que sabiam dos romanos era a força de suas legiões em invasões, dominações e combates sangrentos. 

Tal missão ajudaria também a defender Igreja, e assim a cristandade, pois por esses tempos tais povos representavam uma ameaça ao império romano do ocidente, e, de fato, terminariam por derrubá-lo em 476. A sede do Bispo de Roma, pois, estava em perigo, e com ela o próprio cristianismo.
    
Com a morte de Átila, rei dos unos, que ocorreu em 453, em 454 São Severino chega a Nórica, província do império romano que hoje corresponde a uma região entre a Áustria, onde ficava a maior parte, e a Alemanha. Morando em cabanas, que construía às margens do rio Danúbio, ele ia diariamente ao encontro do povo, procurava cuidar dos enfermos e desvalidos, e sempre anunciava com humildade os mistérios de Cristo. Mas sempre retornava a sua choupana e não abdicava de suas horas de recolhimento e oração.
  
Esteve nas cidades de Klosterneuburg, Salzburg, Passau, Kunzig e Melk. Ergueu uma ermida perto de Viena, e mesmo sendo um pregador itinerante, atraiu muitas vocações para a vida de recolhimento. Fundou alguns mosteiros, preparando várias gerações para a vida religiosa. Era muito respeitado pelos líderes militares dessas regiões, como o rei dos rúgios, Flaciteu, e o rei dos hérulos, Odoacro, que sempre o procuravam para se aconselhar sobre os assuntos de seus povos. Conseguiu também a libertação de vários soldados romanos presos por eles.
   
Não se tem notícias se era sacerdote, mas é certo que recusou ser ordenado Bispo.
    
Seus únicos pertences eram uma túnica, um cajado e as Sagradas Escrituras, que usava em suas reflexões. Evitava falar de seu passado e de sua família, mantendo sua vida pregressa em absoluto segredo. Baseado em algumas suposições, Eugípio, seu discípulo mais próximo, escreveu sobre sua vida. Eram-lhe atribuídos os poderes de cura e de profecia.
    
Morreu em 482, provavelmente aos 72 anos com imaginava Eugípio. E, ainda segundo ele, 6 anos depois seu corpo continuava intacto e tinha um agradável cheiro de perfume.
   
Em 488, Onoulf, irmão de Odoacro, levou seus restos mortais para Nápoles, Itália, onde foi erguido um monastério e uma igreja em sua homenagem. É o padroeiro de Viena, Áustria.

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