Tradicionalmente a Igreja celebra o mês de Maio como Mês de Maria, prestando homenagem a Mãe do Senhor e nossa Mãe.
Cristo é o Mediador, a ponte que atravessamos para nos
dirigirmos ao Pai. Da mediação única de Cristo adquirem significado e valor as
outras referências que o cristão encontra para a sua oração e devoção, em
primeiro lugar à Virgem Maria, Mãe de Jesus. Ela ocupa um lugar privilegiado na
vida e, portanto, também na oração do cristão, porque é a Mãe de Jesus.
Maria está totalmente voltada para Jesus. A tal ponto que
podemos afirmar que é mais discípula do que Mãe. Aquela indicação, nas bodas de
Caná, Maria diz: “Fazei o que Ele vos disser!”. Indica sempre Cristo; é a sua
primeira discípula.
Este foi o papel que Maria desempenhou ao longo de toda a
sua vida terrena e que conserva para sempre: ser a humilde serva do Senhor. Numa
certa altura, nos Evangelhos, Ela parece quase desaparecer; mas volta nos
momentos cruciais, como em Caná, quando o Filho, graças à sua intervenção
solícita, fez o primeiro “sinal”, e depois no Gólgota, ao pé da Cruz.
“Ao ver Sua Mãe e junto d’Ela o discípulo que Ele amava,
Jesus disse à Sua mãe:” ‘Mulher, eis aí o teu filho’. Depois disse ao discípulo:
‘Eis aí a tua Mãe’ (Jo 19, 26-27).
Jesus estendeu a maternidade de Maria a toda a Igreja
quando lhe confiou o discípulo amado, pouco antes de morrer na cruz. A partir
daquele momento, fomos todos colocados debaixo do seu manto. Estas palavras de
Jesus, que recomendam Maria ao discípulo como sua Mãe, e o discípulo a Maria
como deu filho, formam uma espécie de documento de origem da Igreja, a partir
do sofrimento que gera a Igreja.
Maria está sempre presente à cabeceira dos seus filhos
que deixam este mundo. Se alguém se encontra sozinho e abandonado, Ela é Mãe,
está ali perto, tal como estava próxima do seu Filho quando todos o tinham
abandonado.
As orações a Ela dirigidas não são vãs. Mulher do “sim”,
que aceitou prontamente o convite do Anjo, responde também às nossas súplicas,
ouve as nossas vozes, até aquelas que permanecem fechadas no coração, que não
têm a força para sair mas que Deus conhece melhor do que nós mesmos. Ouve-as
como Mãe. Como e mais do que todas as mães bondosas, Maria defende-nos nos
perigos, preocupa-se conosco, até quando estamos ocupados com os nossos
afazeres e perdemos o sentido do caminho, colocando em perigo não só a nossa
saúde, mas a nossa salvação. Maria está presente reza por nós, reza por quem
não ora. Reza conosco. Por quê? Porque Ela é a nossa Mãe!
É verdade que a piedade cristã sempre lhe atribui títulos
bonitos, como um filho à mãe: quantas palavras bonitas um filho dirige à sua
mãe, a quem ama! Mas tenhamos cuidado: as belas palavras que a Igreja e os
Santos dirigem a Maria em nada diminuem a singularidade redentora de Cristo.
Ele é o único Redentor. São expressões de amor, como de um filho à mãe, às
vezes exageradas. Contudo, como sabemos, o amor leva-nos sempre a fazer coisas
exageradas, mas com amor.
Para conhecer melhor um pouco as diversas devoções, que
ao longo dos séculos, nasceram no coração da Igreja, a cada dia do mês de maio
vamos falar de um título que damos a Maria.
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