quinta-feira, 12 de maio de 2016

São Pancrácio

Tudo o que pode haver de edificante na vida de um jovem, é encontrado na vida de Pancrácio, um dos mais gloriosos mártires do século quarto. Contava com apenas 14 anos quando rendeu a alma à Deus, recebendo a palma do martírio e elevado aos altares num grande exemplo de coragem, personalidade e fé na doutrina de Cristo Salvador.

Nascido na então cidade turca de Frigia no ano 289 d.C., Pancrácio era filho de nobres romanos muito ricos e que não tinham como religião o cristianismo . Perdeu seu pai quando tinha 8 anos, mudando-se na ocasião para Roma com sua mãe , indo morar junto ao tio, Dionísio.

O Imperador Diocleciano iniciou nesta época a mais terrível perseguição feita aos cristãos. A pouca distância da vivenda de Dionísio, morava oculto o Papa Marcelino, hóspede de um cristão carpinteiro do palácio imperial. Observando a movimentação nesse local de homens e mulheres de todas as classes e investigando as razões, acabou descobrindo que no local havia reuniões secretas de cristãos devotos à verdadeira doutrina de Cristo. Dionísio, já fortemente inclinado ao cristianismo e Pancrácio, ouvindo muitas boas referências a respeito do Papa, nutriam ardente desejo de pessoalmente conhecer Sua Santidade. Certa noite dirigiram-se ao Porteiro que, desconfiado, relutou em deixá-los entrar, mas confessando que queriam conhecer a religião cristã, foram cordialmente recebidos pelo Papa. Durante dias consecutivos ouviram, em reuniões, as explicações da doutrina cristã, até que finalmente foram admitidos no Batismo e ao culto divino nas catacumbas.

Algumas fontes ressaltam que o próprio Papa Marcelino foi quem o catequizou e batizou. Era o ano 303 d.C.

A perseguição ordenada por Diocleciano intensificou-se, condenando todos aqueles que não ofereciam incenso aos deuses e ao Imperador. Como Pancrácio era de natureza nobre, houve de se justificar diante do imperador, pois fora delatado como cristão.

Antes de comparecer ao tribunal, pediu a bênção do Papa, que o animou e deu-lhe a santa Comunhão.

O imperador, apelando para a sua nobreza, usa de todos os meios persuadir o jovem menino, tentando convencer-lhe de que os cristãos o haviam enganado e que deveria voltar-se para suas origens e amar os deuses do imperador, caso contrário, justificaria com seu sangue o rigor das leis. Mas, Pancrácio, com timbre argentino de sua voz juvenil, respondeu: “Imperador, enganai-vos em supor que me deixei iludir pelos cristãos. Só pela misericórdia de Deus cheguei ao conhecimento da Salvação. Sou menino de 14 anos apenas, mas saiba o senhor que Nosso Senhor Jesus Cristo reparte as suas graças não pela escala dos anos, mas segundo a sua bondade e sabedoria. Coragem e entendimento ele nos dá, para não ligarmos às ameaças dos imperadores maior importância que um fogo pintado. Exigis de mim, que preste adoração aos deuses e às deusas da vossa veneração. Ainda bem, que o sois melhor, que eles são”. A tais palavras, o imperador as interpelou de insultuosas e atrevidas, ordenando sua imediata decapitação.

À terrível sentença, fez o semblante angélico do jovem se cobrir de santa alegria e prontamente Pancrácio se pôs à disposição do carrasco. Sem a menor relutância, entregou sua cabeça ao cutelo do algoz. Antes disso, proclamou: “Graças vos dou, ó Jesus, pelo dom da fé e pela honra de me terdes aceito entre os vossos servos”.

Os cristãos se incumbiram de sepultar o jovem mártir em um cemitério nas proximidades dessa importante via da Roma Antiga, a Catacumba de Calepódio , que, em seguida, teve o seu nome mudado em homenagem a ele. Neste local lê-se “ HIC DECOLLATUS FUIT SANCTUS PANCRATIUS ” (Aqui foi degolado São Pancrácio).

O culto a São Pancrácio iniciou-se desde o dia de seu martírio; muitos devotos visitavam a tumba, convertendo-a em um autêntico santuário de peregrinação de pessoas vindas de todos os lugares. Acima de sua catacumba foi erguida uma Basílica , no início do século VI. Mais tarde, o pontífice Honório I construiu, entre os anos 625 e 638, uma nova Basílica em honra de São Pancrácio, uma vez que a antiga corria risco de ruir.

São Pancrácio é considerado padroeiro dos jovens e das crianças, amparo dos idosos e intercessor dos enfermos. Apesar do patrono dos trabalhadores ser São José, São Pancrácio é também outro dos santos a quem muitos devotos recorrem para encontrar trabalho.

Oração a São Pancrácio

“ Ó Deus, que destes a São Pancrácio 
a coragem e a graça 

de testemunhar na flor da sua juventude, 
não com palavras mas com o sangue, 
a fidelidade a Cristo e à Igreja, 
concedei-nos, em particular a todos os jovens, 
expressar com a vida a fé recebida no Batismo. 
Protegei de todo o perigo a nossa Comunidade, 
que no jovem Mártir Pancrácio
venera seu padroeiro, 
e abençoai o nosso trabalho e compromisso 
na construção do Teu Reino 
de justiça e de paz. Amém. ”



Rezar : Um Pai Nosso, Uma Ave-Maria e Glória ao Pai.

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